Estudo publicado no Int. J. Environ. Res. Public Health no ano de 2018 intitulado Cycling for Transportation in Sao Paulo City: Associations with Bike Paths, Train and Subway Stations mostrou que a presença de ciclovias e estações de metrô e trem nas proximidades das residências das pessoas estão associadas com maior uso da bicicleta como forma de transporte. Este estudo foi liderado pelo professor Alex Florindo e teve a colaboração de pesquisadores do GEPAF-USP e de professores e pesquisadores do Departamento de Geografia da FFLCH-USP, do Departamento de Epidemiologia da FSP-USP, do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP e de pesquisadores Australianos. O principal resultado mostrou que as pessoas adultas que moram a até 500 metros de distância de uma ciclovia ou a até 1500 metros de distância de estações de metrô ou trem tem mais chances de usar a bicicleta como forma de transporte em comparação com aquelas pessoas que residem em locais sem a presença destas estruturas. A pesquisa foi realizada tendo como base os dados do Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA) realizado em 2015. Os pesquisadores verificaram a quantidade e distância destas estruturas no entorno das residências das pessoas que foram entrevistadas no inquérito que incluiu questões sobre a prática de atividade física. Apesar deste resultado importante, o estudo verificou também que a prevalência de pessoas que usam a bicicleta como forma de transporte ainda e baixa (somente 5% das pessoas usam a bicicleta como forma de transporte) e o uso é mais comum em pessoas do sexo masculino, nos solteiros, nas pessoas que praticam atividade física no lazer e nas pessoas com propriedade de bicicleta nas residências. A recomendação é para que seja mantida a políticas de ampliação e melhora das ciclovias no município de São Paulo. O artigo também discute que não basta somente construir ciclovias para aumentar a prevalência do uso de bicicleta na população paulistana, mas é preciso também melhorar a infraestrutura das estações de trem e metrô, como, por exemplo, estacionamentos para bicicletas e ampliação dos horários para a circulação com as bicicletas nestes modais. Além disso, a melhora dos programas de compartilhamento de bicicletas e principalmente a implementação de intervenções comunitárias vindas do poder público que incentivem as pessoas a usarem mais as bicicletas como alguns programas desenvolvidos em países como a Colômbia e a ampliação dos programas de fechamento de ruas e avenidas nos finais de semana para a circulação de bicicletas são muito importantes para que possamos aumentar a quantidade de ciclistas em São Paulo. O estudo foi financiado pela FAPESP (processo 2014/12681-1) e o artigo pode ser obtido na íntegra na página da revista: http://www.mdpi.com/1660-4601/15/4/562.