Resumo: Como é sabido, o património cultural funciona como suporte para a expressão e construção de identidades. Assim, os museus desempenham um papel decisivo na recomposição das identificadas locais, nacionais e regionais, mediante a apropriação e valorização do patrimônio. Mas essa apropriação não é neutra. Através do discurso museográfico, através de suas exposições e de seus conteúdos, as instituições museais atuam como agentes ativos na recomposição das identidades tomando determinados elementos patrimoniais e não outros, ou valorizando uma parte do passado histórico e não outra. Num mundo globalizado e em sociedades em mutação, onde as identidades são construídas de forma diferente e desempenham um papel diferente, é necessário reflectir sobre o papel desempenhado hoje pelos museus. Assim, através de um estudo comparativo dos museus na Catalunha e no País Basco descrevemos o seu percurso histórico desde a década de setenta do século passado e analisamos os debates públicos e políticos que os conteúdos e os objectivos alguns desses museus foram criados.
