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AS TORCIDAS QUEER EM CAMPO: A EMERGÊNCIA DE GRUPOS QUE QUESTIONAM A HOMOFOBIA E O MACHISMO NO FUTEBOL
 
     AS TORCIDAS QUEER EM CAMPO: A EMERGÊNCIA DE GRUPOS QUE QUESTIONAM A HOMOFOBIA E O MACHISMO NO FUTEBOL
     QUEER AS TWISTED FIELD: THE EMERGENCE OF GROUPS WHO QUESTION HOMOPHOBIA AND SEXISM IN FOOTBALL
     QUEER: LA APARICIÓN DE GRUPOS QUE CUESTIONAN LA HOMOFOBIA Y EL SEXISMO EN FÚTBOL


Autor(es):
Pinto, Mauricio Rodriguez
Almeida, Marco Bettine


Periódico: Revista Brasileira de Estudos do Lazer

Fonte: Revista Brasileira de Estudos do Lazer; v. 1 n. 2 (2014): v.1, n.2, mai./ago. 2014 | Dossiê Lazer e Turismo; p.105-116

Palavras-chave:
Futebol. Torcidas. Homofobia. Masculinidade. Direitos Humanos.


Resumo: Este ensaio discutirá alguns aspectos do surgimento das torcidas organizadas queers, que foram criadas no Facebook para combater as manifestações homofóbicas e machistas recorrentes nos estádios e práticas relacionadas ao futebol no Brasil. Discutimos o potencial destas torcidas para desconstruir o padrão normatizador vigente nos estádios e no universo do futebol, e o papel que elas possuem para reivindicar o reconhecimento da participação de homossexuais e mulheres, historicamente segregados de práticas que dão sentido ao esporte, como o jogar e o torcer. Para entender o padrão normatizador e a maneira como este regula as relações nos espaços e práticas que envolvem o futebol, iremos trabalhar com os conceitos estabelecidos e outsiders desenvolvidos por Norbert Elias, quando estudou as relações entre moradores mais antigos e grupos com menos tempo de residência na comunidade operária de Winston Parva, na Inglaterra. A dualidade estabelecidos-outsiders se dá por uma relação de poder na qual o grupo que detém um poder defende a sua posição e reafirma o seu carisma de grupo a partir de uma constante relação de oposição àqueles que representariam um risco à pureza do grupo. No ensaio procuramos problematizar as relações entre futebol e sexualidade, buscando entender, pela dualidade estabelecidos-outsiders, o padrão normatizador que legitima e reafirma um modelo de masculinidade viril, que hierarquiza e segrega subjetividades que não se conformam a esse ideal. Na contramão do padrão normatizador dos estabelecidos, surgem as torcidas queer e anti-homofobia, que se propõem a elaborar práticas discursivas confrontando a ideia de hegemonia masculina.