Fonte: Revista Brasileira de Estudos do Lazer; v. 4 n. 3 (2017): v. 4, n. 3, set./dez. 2017 | Dossiê Aspectos históricos do esporte e lazer; p.154-171
Palavras-chave:
Trabalho; Tempo livre; Ócio Criativo; Lazer.
Resumo: O presente ensaio tem caráter teórico-bibliográfico, onde revisa-se criticamente parte da obra do sociólogo italiano Domenico De Masi. Seu conceito de ócio criativo alia três atividades em um só tempo: trabalho, educação e lazer. De Masi considera que o ócio criativo será a forma dominante de vivência do cotidiano para aqueles que terão êxito nas sociedades pós-industriais, que têm como centro a produção de serviços, com foco na criatividade, emotividade e se busca uma nova educação, para o tempo livre, ao invés de ser hegemonicamente para o trabalho. Diante disso, surgem alguns questionamentos críticos que fazem perceber que a sociedade talvez não esteja vivenciando esta nova forma de trabalho proposta pelo autor italiano. Seria possível viver o ócio criativo diante das atuais mudanças vigentes no mundo do trabalho, que o tornam cada vez mais flexível, precário e incerto? As novas formas de trabalho vêm mostrando que cada vez mais pessoas estão desempregadas, gerando, então, a susceptibilidade para tipos de trabalho flexíveis, instáveis, desgastantes e sob condições precárias. Levando-se em consideração esta realidade do mundo do trabalho de acumulação flexível do capital, o ócio criativo de De Masi torna-se estruturalmente uma promessa irrealizável. Eis o eixo central deste ensaio.