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Skate, uma Prática no Lazer da Juventude: Um Estudo Etnográfico
 
     Skate, uma Prática no Lazer da Juventude: Um Estudo Etnográfico
     
     


Autor(es):
Rampazzo, Marcelo


Periódico: Licere

Fonte: LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer; v. 15 n. 4 (2012): dezembro

Palavras-chave:
Jovens Praticantes de Skate; Etnografia Urbana; Disputa/Distinção; Projetos; Rede de Relac¸o~es/Capital Social


Resumo: Na presente pesquisa trato inicialmente a diversas abordagens teo´ricas que contribuem minimamente para delinear as tema´ticas sobre jovens e juventude, no lazer. Diante destas inu´meras possibilidades teo´ricas, procuro na~o advogar em prol de uma teoria, mas procuro compreender como estas auxiliam-me a dar os contornos do debate, ja´ que, que tambe´m na~o encontro um consenso entre os diversos estudos. Foco minha empreitada teo´rica nos jovens e como estes vivem seu cotidiano, trago elementos que discutem o lazer, fami´lia, educac¸a~o e trabalho. A fim de atender aos questionamentos que elaboro, recorro a` pesquisa etnogra´fica. Pesquisa esta que realizei com um grupo de jovens praticantes de skate (os “calc¸as coladas”), na pista pu´blica de skate do bairro IAPI na cidade de Porto Alegre - RS. Foram ao todo nove meses de observac¸a~o direta, no qual relatei cada observac¸a~o em Dia´rios de Campo, totalizando 70 dia´rios ao final do peri´odo. Com o intuito de cobrir as lacunas deixadas pela observac¸a~o direta, recorri tambe´m a entrevistas semi-estruturadas. De posse desses materiais produzidos descrevi o contexto em tre^s Capi´tulos subsequentes. A pista: o local onde ocorreu a pesquisa, no qual pude acompanhar os “calc¸as coladas” e as disputas ocorridas na pista. Descrevo primeiramente os aspectos materiais da pista, e posteriormente os aspectos simbo´licos, configurando assim, a pista. Na pista, ainda descrevo seu jogo e o movimento na pista, e as implicac¸o~es destes aspectos simbo´licos, a partir da perspectiva do grupo dos “calc¸as coladas”. Este grupo que descrevo no Capi´tulo seguinte: Os “calc¸as coladas” sa~o um grupo predominantemente de jovens, mas ainda considero sua heterogeneidade. Procuro descrever a distinc¸a~o que ha´ entre os “calc¸as coladas” e os “calc¸as largas”, alguns destes u´ltimos ja´ foram descritos na pesquisa de Bastos (2006) quando acompanhou a trajeto´ria de profissionalizac¸a~o de alguns skatistas, a forma pela qual estes passavam a viver do skate. Distinc¸a~o entre esses grupos que se dava num primeiro olhar por suas vestimentas, mas que compreendi como muito mais complexas, para ale´m de suas calc¸as. Apesar da distinc¸a~o e disputa com o outro, os “calc¸as coladas” mesmo tendo seu skate praticado no lazer, na~o deixam de projetar suas expectativas no skate dos “calc¸as largas”, ou seja, tambe´m projetavam viver do skate. Com isso os jovens “calc¸as coladas” procuravam se manter no skate, uma das formas pela qual eles conseguiam foi pelo que chamavam de “apoio”, que era conferido em grande parte pela rede de relac¸o~es que o grupo construiu na pista. Mas por vezes o “apoio” na~o era o suficiente para os jovens manter seus projetos, e ta~o pouco as aspirac¸o~es de suas fami´lias. Com isso chego ao u´ltimo Capi´tulo descritivo: Os “calc¸as coladas”: as relac¸o~es dos significados do skate com a fami´lia, educac¸a~o e trabalho. No momento final procuro compreender como o lazer dos jovens que se dava pela pra´tica do skate, se relacionava como outros aspectos de seu cotidiano. Os jovens necessitavam de conciliar as cobranc¸as de suas fami´lias que recaiam sobre eles. Cobranc¸as estas que tambe´m se encontravam no ambiente de trabalho, ale´m das rotulac¸o~es e estereo´tipos. Rotulac¸o~es impostas “de fora”, algo que tambe´m acontecia na escola. Mas ao fim percebo que os jovens passam por tudo isso com o propo´sito de manterem seus projetos no skate.