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FESTA DA UVA DE CAXIAS DO SUL/RS: A mémoria de uma festa através de seus cartazes
 
     FESTA DA UVA DE CAXIAS DO SUL/RS: A mémoria de uma festa através de seus cartazes
     
     


Autor(es):
Zottis, Alessandra


Periódico: Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade

Fonte: ROSA DOS VENTOS - Turismo e Hospitalidade; v. 1 (2009): Revista Rosa dos Ventos

Palavras-chave:


Resumo: A Festa da Uva teve sua primeira edição em 1930, sendo talvez um dos mais antigos eventos turísticos do país. Pela sua importância e duração, a Festa tem sido estudada em diferentes aspectos, inclusive sob o ponto de vista da comunicação. No que se refere à comunicação, o cartaz tem sido uma peça publicitária recorrente na área do turismo. Como recurso de divulgação de baixo custo, o cartaz acabou sendo empregado em grande escala, também na divulgação das Festas da Uva. Alves e Tonet (s.d.) incluem o cartaz como elemento importante, inclusive, no Memorial da Festa da Uva, ao lado de outros tipos de documentos como fotografias, relatórios e atas. Os cartazes também refletiram um recorte da época, permitindo várias leituras de imagens associadas ao contexto histórico. Em algumas oportunidades, a representação dos símbolos escolhidos para figurar no cartaz, acabaram refletindo contradições e gerando dificuldades da própria comunidade em se reconhecer nesses símbolos. As 24 edições da Festa da Uva de Caxias do Sul, realizadas de 1931 a 2002, acompanharam o desenvolvimento do município sede do evento. De município agrícola, Caxias do Sul/RS industrializou-se e o evento não deixou de sentir esses reflexos. A uva, ligada à imagem da cidade e símbolo da Festa, cedia lugar aos produtos da indústria. Ato contínuo, a Feira Agroindustrial, promovida conjuntamente à Festa, assumiu maiores proporções e suplantaria o caráter festivo. Os slogans presentes nos cartazes reforçavam com evocações da “maior das festas” e “feira internacional”. O resgate da presença dos cartazes e a análise do seu significado resultaram na dissertação intitulada “b”, defendida em 2003, no Mestrado em Turismo/UCS. O objetivo do presente texto, mais do que retomar a dissertação propriamente, é o de socializar as imagens arroladas como corpus da pesquisa, por sua importância histórica e significado, tanto para o Turismo como para a Comunicação. Os textos sobre cada deles visam, apenas, contextualizar para o leitor o contexto da produção de cada uma das peças, para que possam a vir embasar novas e frutíferas pesquisas. O levantamento das peças foi realizado de setembro de 2001 a janeiro de 2003, exigindo uma busca exaustiva, diante da precariedade, na época, dos arquivos iconográficos. O ponto de partida foi o site oficial e o acervo da festa. Outro importante auxílio veio da memória de pessoas envolvidas com a história da Festa da Uva, como ex-presidentes e ex-prefeitos. Em seguida, a consulta passou para o Arquivo Municipal João Spadari Adami. Após uma primeira seleção, onde foram identificados 17 cartazes, foi necessário verificar se esses correspondiam às peças oficiais utilizadas no evento. Para esse delineamento, se tornou necessário consultar outros documentos, como os jornais dos períodos correspondentes. Sugiram, então, outras peças que eram citadas pela imprensa, mas não figuravam no arquivo municipal, ou, ainda, não correspondiam ao cartaz oficialmente adotado. Também se recorreu a dois arquivos particulares: ao da família Andreazza e do ex-prefeito Mário David Vanin. Não foram localizados exemplares de pôsteres das festas realizadas em 1931, 1932, 1933,1934 e 1937. Referente à Festa da Uva de 1932, o material existente no Arquivo Histórico Municipal é um quadro emoldurado como propaganda do evento, mas que, pelas dimensões reduzidas, não poderia ser considerado propriamente um cartaz.