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A Marcação Turística do Romantismo /Romantic Feature of Tourism
 
     A Marcação Turística do Romantismo /Romantic Feature of Tourism
     
     


Autor(es):
Santos, José Manuel Figueiredo


Periódico: Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade

Fonte: ROSA DOS VENTOS - Turismo e Hospitalidade; v. 9, n. 2 (2017): Revista Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade

Palavras-chave:
Turismo; Turismo. Cultura. Romantismo..


Resumo: O texto aqui delineado justifica a sua utilidade na busca de contributos do movimento romântico para uma compreensão estruturada do campo turístico, no pressuposto de que é nas formas historicamente contruídas dos imaginários espacio-temporais que se encontram, sob formas rejuvenescidas, muitos dos velhos fundamentos que incorporam o turismo contemporâneo. Em termos metodológicos, esta narrativa é perpassada por um meta-discurso histórico de influência fenomenológica que teve como fontes uma imensa massa documental recolhida pelo autor em sede de tese de doutoramento, encontrando na historiografia romântica um campo de excecional potencialidade para testar os recursos heurísticos e as possibilidades explicativas de algumas estilizações contemporâneas do turismo, associadas ao uso turístico do património cultural. Na verdade, a emergência e edificação do turismo, ao ser trespassada por uma histórica influência seminal da cultura romântica, impõe que se aborde a caracterização de alguns dos seus traços essenciais. Não se procura problematizar os seus enigmas ou a ”sua natureza de coincidentia oppositorum” (Löwy 1995: 9), mas algumas derivas fundamentais como sejam: uma sensibilidade estética específica do culto das emoções fortes, e projeções utópicas de um mundo de beleza criada pela imaginação, o ímpeto regenerador do passado, como operador da mística e do gosto. Nelas, deposita-se o objetivo da extração dos elementos da mitografia romântica, implicados na modelação da experiência turística contemporânea, dando a ver aos agentes turísticos como o seu aprofundamento pode significar uma fonte potenciadora das suas práticas, na atualidade.PALAVRAS-CHAVETurismo. Cultura. Romantismo. ABSTRATThe text outlined here justifies its usefulness in the search for the Romantic movement contributions to a structured understanding of the tourism field, on the assumption that it is in historically built forms of the spatio-temporal imaginary that are found under rejuvenated forms, many of the old assumptions that incorporate contemporary tourism. In terms of methodology, this narrative is permeated by a historical meta-speech of phenomenological influence that had as sources a huge documental mass collected by the author within in its doctoral thesis, finding in the romantic historiography a field of exceptional potential to test the heuristic resources and the explanatory possibilities of some contemporary tourism stylizations, associated to tourist use of cultural heritage. In fact, the emergence and edification of tourism, by being pierced by an historical seminal influence of romantic culture, makes it necessary to address the characterization of some of its essential features. We do not seek to question their enigmas or its 'coincidentia oppositorum nature' (Lowy 1995: 9), but some fundamental drifts such as: a specific aesthetic sensibility of the cult of strong emotions, and utopian projections of a world of beauty created by imagination, the regenerating momentum of the past, as an operator of the inspirational mysticism and taste. In them, we deposit the purpose of extracting the elements of romantic mythography, involved in the shaping of contemporary tourist experience, help the tourist agents see as a more deeper knowledge of these elements could signify an enabling source for their practices in present times.KEYWORDS Tourism. Culture. Romanticism. AUTORJosé Manuel Figueiredo Santos  - Doutor. Doutorado em Sociologia da Cultura, Universidade Nova de Lisboa. Professor na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, Faro, Portugal. E-mail: jfsantos@ualg.pt. REFERENCIASAisner, P. & Plüss C. (1983). La Ruée Vers Le Soleil, Le Tourisme à Destination du Tiers Monde. Paris : L’Harmattan.Arendt,  H. (1972). La crise de la culture. France : Gallimard.Augé, M. (1997). L’Impossible Voyage, Le tourisme et ses images. Paris : Payot & Rivages.Augé, M. (1994). Não-Lugares, Introdução a uma Antropologia da Sobremodernidade. Lisboa: Bertrand.Augé, M. (1998). A Guerra dos Sonhos, exercícios de etnoficção. Oeiras: Celta Editora.Ballart, J. (1977). El Patrimonio histórico y arqueológico: valor de uso. Barcelona: Ariel.Barthes, R. (1964). Elementos de Semiologia. Lisboa: Edições 70.Barthes, R. (1984). Mitologias. Lisboa: Edições 70.Benjamin, W. (1992). Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa: Relógio d’ Água Editores.Beriain, J. (1990). 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