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Culinária dos Imigrantes Italianos no Brasil: Um Legado sem Herdeiros? / Italian Immigrants Culinary in Brazil: A Legacy without Heights?
 
     Culinária dos Imigrantes Italianos no Brasil: Um Legado sem Herdeiros? / Italian Immigrants Culinary in Brazil: A Legacy without Heights?
     
     


Autor(es):
Frigo, Marina Saciloto
Oliveira, Camila Nemitz Saraiva
Lunardi, Raquel


Periódico: Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade

Fonte: ROSA DOS VENTOS - Turismo e Hospitalidade; v. 13, n. 4 (2021): Revista Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade

Palavras-chave:
Ciências Sociais; Turismo; Gastronomia.; Gastronomia; Gastronomy; Práticas Culinárias; Culinary Practices; Memória; Memory; Italianidades; Italianities; Quarta Colônia de Imigração Italiana, Rio Grande do Sul, Brasil; Brazil.


Resumo: RESUMOA herança alimentar e culinária legada pelas famílias de imigrantes italianos que vieram ao Brasil foi construída pela associação de saberes e descobertas. Visando salvaguardar esse patrimônio imaterial, cujo potencial turístico é inegável, o objetivo principal deste estudo é o de entender a transmissão da herança culinária e alimentar entre as gerações de descendentes de imigrantes italianos, nos tempos atuais, na Quarta Colônia de Imigração Italiana do Rio Grande do Sul [Brasil]. Utilizou-se a abordagem metodológica qualitativa a partir de entrevistas semiestruturadas com doze famílias de descendentes de imigrantes italianos, quando foram entrevistadas três gerações, a partir de 1920. Além disso, foi realizada a análise de documentos em manuscritos e livros de receitas dessas famílias. A partir dos relatos apresentados, organizou-se a análise do conteúdo em três momentos temporais distintos: ‘o novo mundo’, ‘o mundo em transformação’ e o ‘mundo atual’. Como resultados, observou-se que as famílias de descendentes de imigrantes italianos buscam preservar as práticas culinárias dos seus antepassados. Houve mudanças, não só na forma do preparo, mas, também, na substituição ou inserção de novos ingredientes aos pratos, especialmente temperos. No entanto, o desenvolvimento econômico e social das famílias, o acesso às novas tecnologias, as mudanças no mundo do trabalho, entre outros fatores tem incentivado, especialmente a terceira geração, a abandonar alguns desses saberes e fazeres.     PALAVRAS-CHAVEGastronomia; Práticas Culinárias; Memória; Italianidades; Quarta Colônia de Imigração Italiana, Rio Grande do Sul, Brasil. ABSTRACTThe food and culinary heritage left by the families of Italian immigrants who came to Brazil was built by association between knowledge and discoveries. To safeguard this intangible heritage, whose tourist potential is undeniable, the aim of this study is understand the transmission of culinary and food heritage among generations of Italian’s immigrant descendants, in current times, in the Fourth Italian Immigration Colony of Rio Grande do Sul. A qualitative methodological approach was used to this, based on semi-structured interviews with twelve (12) families of descendants from Italian’s immigrants, where three generations were interviewed, from 1920 onwards. In addition, the analysis of documents in manuscripts and cookbooks of these families was carried out. Based in the presented reports, content analysis was organized into three different temporal moments: 'the new world', 'the world in transformation' and the 'current world'. As a result, it was observed that the families of descendants from Italian´s immigrants seek to preserve the culinary practices of their ancestors. However, there were changes, not just in the prepare, but also in the replacement or insertion of new ingredients in the plates, especially spices.  However, the families’ economic and social development, new technologies access, work world's changes, among other factors, have encouraged, especially the third generation, to leave some of this knowledge and practices.KEYWORDSGastronomy; Culinary Practices; Memory; Italianities; Quarta Colônia de Imigração Italiana,  Rio Grande do Sul, Brasil. AUTORIAMarina Saciloto Frigo - Especialista. Mestranda em Patrimônio Cultural, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Currículo: http://lattes.cnpq.br/3715772985473082  E-mail: marinafrigo@outlook.comCamila Nemitz de Oliveira Saraiva - Mestra. Professora no Instituto Federal Farroupilha, São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil. Currículo:  http://lattes.cnpq.br/3404826635190816 E-mail: camila.oliveira@iffarroupilha.edu.brRaquel Lunardi – Doutora. Professora no Instituto Federal Farroupilha, São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil. Currículo: http://lattes.cnpq.br/5139374313080018 E-mail: raquel.lunardi@iffarroupilha.edu.br REFERÊNCIASAmon, D., & Menasche, R. (2008). Comida como narrativa da memória social, RS. Sociedade e Cultura, 11(1), 13-21. LinkAngelo, E. R. B., & Matos, M. I. S. (2019). Significados, rituais e savoir-faire: a cozinha dos açorianos nas festas da Vila Carrão em São Paulo. In: M. A. S. A. Oliveira, E. Vanzella, & A. Brambilla, (org.). Processos Sociais: sistemas culinários em contexto de deslocamentos, construções de identidades, memórias e patrimônios (pp. 21-54). João Pessoa: CCTA.Cascudo, L. C. (2011). História da Alimentação no Brasil. São Paulo: Global.Castro, H.C. & Maciel, M. E. (2013). A comida boa para pensar: sobre práticas, gostos e sistemas alimentares a partir de um olhar socioantropológico. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, 8(esp.), 321-328. LinkCosta Beber, A.M. & Gastal, S. (2017). 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