Fonte: Revista Mangút: Conexões Gastronômicas; v. 1, n. 2 (2021)
Palavras-chave:
Gastronomia; Educação; Antropologia; Gastronomia; Segurança Alimentar e Nutricional; Soberania Alimentar; Bacharelado em Gastronomia; Formação
Resumo: Este trabalho tem como objetivo investigar a concepção da comunidade acadêmica dos cursos de Bacharelado em Gastronomia no Brasil sobre a temática da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Neste, foram entrevistados docentes, discentes e egressos das cinco instituições de ensino em que há a presença desta modalidade de formação, cujos dados foram interpretados qualitativamente com base na análise temática de conteúdo. Enquanto referencial teórico adotamos a definição de Soberania Alimentar apresentada pela Via Campesina e de Segurança Alimentar e Nutricional descritas pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO). Os resultados encontrados foram discutidos na ótica da colonialidade, apresentada por Aníbal Quijano, e das Epistemologias do Sul, descritas por Boaventura de Sousa Santos. Nos bacharelados em Gastronomia, percebe-se que há uma heterogeneidade de noções para a Soberania Alimentar, com maior ênfase na cultura alimentar e como realizam-se as escolhas alimentares. No que tange à Segurança Alimentar e Nutricional, as dimensões da disponibilidade e da utilização destacaram-se pelas diferentes perspectivas abordadas. O acesso e estabilidade apesar de mencionados não apresentaram novos elementos, diferentemente das dimensões de agência e sustentabilidade que foram pouco mencionadas pelos entrevistados. Entretanto, de forma geral, podemos afirmar que o conhecimento sobre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional compõe o repertório de saberes da comunidade acadêmica dos bacharelados em Gastronomia.
