Periódico: Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade
Fonte: ROSA DOS VENTOS - Turismo e Hospitalidade; v. 5, n. 1 (2013): Revista Rosa dos Ventos
Palavras-chave:
Resumo: Recentemente, o campo do turismo tem enfatizado a indisciplina verificada nos estudos sobre a temática. Para alguns acadêmicos, essa foi e é a razão pela qual o turismo ainda não teria alcançado a maturidade exigida às disciplinas, para que sejam vistas como sérias. Paradoxalmente, um dos mais citados na área e pai da sociologia do turismo, parece ganhar mérito por isso. A obsessão de Dean MacCannell pela autenticidade e sua visão pejorativa do turismo, para ele uma simples atividade econômica, levou alguns estudos a conclusões equivocadas, que banalizaram o turismo nas últimas décadas. Sob este contexto, a revisão realizada neste ensaio não só expõe as contradições de MacCannell , mas também reconsidera as necessidades de proteção aos limiares, ou a dialética de fronteiras, impostas pelos Impérios. Em alguma medida, nossa tese é a de que a autenticidade encenada, trabalhada por MacCannell , baseia-se no velho etnocentrismo, que considera a Europa como uma cultura evoluída, cujo estilo refinado é corrompido, enquanto as culturas primitivas são vistas como primárias e puras, embora sem polimento. Esse preconceito cunhado pela antropologia do século XIX ainda persiste, na literatura sobre o turismo.
