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O turismo de pesca no Mato Grosso: uma análise socioambiental
 
     O turismo de pesca no Mato Grosso: uma análise socioambiental
     Fisshing tourismo en Mato Grosso (Brazil): a socio-environmental analysis
     


Autor(es):
Lopes, Kelven
Oliveira, Patrícia
Luiz, Felipe
Ramires, Milena


Periódico: Revista Brasileira de Ecoturismo

Fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 15 n. 2 (2022): maio-julho/2022

Palavras-chave:
Pesca Amadora; Isqueiros; Pantanal; Iscas Vivas


Resumo: A dinâmica da pesca no Mato Grosso vem se modificando ao longo dos anos, em decorrência de novas demandas sociais, mudanças ambientais e ações antrópicas. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo realizar uma análise socioambiental do turismo de pesca no Mato Grosso, levando em consideração, a percepção dos usuários quanto a situação dos estoques pesqueiros, as relações com a pesca profissional e as potencialidades da pesca esportiva, em relação a conservação ambiental e a garantia de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas. Foram obtidos dados através de pesquisa documental bibliográfica e entrevistados 78 pescadores artesanais e 21 condutores de turismo de pesca, considerados como os principais atores da cadeia do turismo de pesca. Foi identificada a tendência dos pescadores artesanais tornarem-se condutores de turismo de pesca e/ou atuarem como isqueiros motivados pelos maiores ganhos financeiros e melhores condições de trabalho. A pesca de iscas ocorre em todas as regiões do estado, no entanto, Barão do Melgaço, Cáceres, Poconé e Cuiabá são os municípios mais representativos. O setor de hospedagem apresenta grande taxa de empregabilidade estimando-se que para cada turista de pesca é absorvido de 0,8 a 1,8 empregos diretos. A comunidade cientifica vem alertando sobre a diminuição dos estoques pesqueiros, em consequência da pesca ilegal, predatória e sobrepesca no Mato Grosso. Além disso, foi observado um conflito entre a pesca artesanal e um tipo de serviço aos amadores, chamado localmente de “tablado”, que atrai turistas de regiões próximas e, em muitos casos, praticam a atividade no mesmo dia, sem necessitar de hospedagem e serviços locais. Dado que a pesca artesanal já não é capaz de suprir economicamente seus usuários, obrigando os a partirem para outras atividades que complementem a renda familiar, o turismo de pesca é uma alternativa econômica viável capaz de manter os traços importantes da cultura pesqueira, em sua prática, para muitos pescadores artesanais, uma vez que os melhores condutores de pesca, são aqueles que aplicam seu conhecimento sobre o ambiente e os peixes. Se praticada de forma ordenada, pode contribuir para a conservação e restauração dos estoques de peixes, a partir de ações de conservação dos recursos pesqueiros e de sustentabilidade tratadas de maneira integrada entre os setores envolvidos. A pesca esportiva, associada ao turismo de pesca deve ser constantemente analisada, monitorada e discutida tecnicamente, para que novas políticas públicas de fomento, com objetivos claros e definidos, sejam criadas.