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Quem tem medo do turismo de massas? Persistência e renovação das retóricas anti-turismo em Lisboa
 
     Quem tem medo do turismo de massas? Persistência e renovação das retóricas anti-turismo em Lisboa
     Who is afraid of mass tourism? Persistence and renewal of anti-tourism rhetoric in Lisbon
     ¿Quién teme al turismo de masas? Persistencia y renovación de la retórica antiturística en Lisboa


Autor(es):
Vaz, Alexandre


Periódico: Anais Brasileiros de Estudos Turísticos

Fonte: Anais Brasileiros de Estudos Turísticos; ABET, Vol. 13, Edição Especial (2023): Edição Especial de Trabalhos Selecionados sobre 'Sociologia do Turismo em Portugal' e 'Geopolítica do Turismo na Europa Oriental'

Palavras-chave:
Turismo; Conflito; Lisboa; Grafiti


Resumo: À escala mundial o turismo cresceu rapidamente nas últimas décadas e em Lisboa esta tendência fez-se sentir especialmente após a crise financeira de 2011 e das subsequentes políticas austeritárias e de incentivo ao investimento estrangeiro. Esta dinâmica produziu alterações substantivas nos usos do espaço urbano que estiveram na origem de disputas e conflitos. Mesmo que o conceito de turismofobia seja relativamente recente, o olhar crítico, e frequentemente moralista, sobre as viagens de lazer é tão antigo como prróprio Grand Tour. Neste artigo partimos do cruzamento de fontes literárias, discurso oficial e político, entrevistas e graffitis para analisar os principais argumentos invocados contra o turismo e as contradições que eles encerram. Concluímos que, apesar da crítica se ancorar na questão mais ampla do repúdio dos modelos capitalistas, na prática os seus protagonistas dão sinais contraditórios de defesa do seu privilégio de habitar uma cidade menos disputada ou de visitar destinos turísticos sem que estes estejam sobrelotados pelos seus semelhantes. O turismo parece assim um bom exemplo das tensões geradas pelo capitalismo avançado.