Periódico: Anais Brasileiros de Estudos Turísticos
Fonte: Anais Brasileiros de Estudos Turísticos; ABET, Vol. 13, Edição Especial (2023): Edição Especial de Trabalhos Selecionados sobre 'Sociologia do Turismo em Portugal' e 'Geopolítica do Turismo na Europa Oriental'
Palavras-chave:
Sociologia do Turismo; Fotografia; Etnografia; Patrimônio Turístico
Resumo: Este artigo reflete sobre a longa exposição fotográfica enquanto método de recolha de dados na sociologia e nos estudos de turismo. Relacionando ordenamento turístico (macro), imaginários turísticos (meso) e olhares dos turistas (micro) segundo lógicas de poder, estruturação e agregação, analisa-se aqui o fenómeno turístico na escala interacional. Sabemos que o turismo integra modelos de (re)valorização simbólica dos lugares que usam a fotografia na sua promoção enquanto destinos turísticos, e que apesar das influências multissensoriais externas, os sujeitos são agentes na construção da sua experiência turística e do seu próprio imaginário turístico. Assim, adotou-se uma metodologia qualitativa que usa a longa exposição fotográfica em contexto de abordagem etnográfica para observar as dinâmicas de ocupação e uso dos lugares em contexto turístico. Do caso de estudo analisado, emerge a noção de que o imaginário turístico forma-se sobretudo durante a experiência do turista no lugar, no âmbito da qual a prática fotográfica desempenha um papel relevante. O seu estudo releva que entre o ordenamento da experiência do turista e o olhar que este/a vai formando durante a mesma se constrói o seu imaginário turístico, o qual é composto por dimensões simbólicas e impressões subjetivas que surgem nos seus discursos e na sua performance turística no lugar, acessíveis pela fotografia e pelas palavras.
