Resumo: Este ensaio teórico é uma provocação sobre os sentidos que preenchem as palavras e as palavras que nomeiam os sentidos. Se saber é etimologicamente sabor, perguntamos os sentidos desses sabores. Uma vez que as experiências dos sabores se relacionam com as vivências corporificadas, enfatizamos as Escrevivências de mulheres que utilizam a arte/literatura para denúncias de suas cosmopercepções, as quais celebramos como espelho de realidades invisibilizadas na dinâmica brasileira. Inscrevemos a colonialidade como recorte que perdura e acentua as diferenças e ousamos demarcar as reexistências possíveis. Nosso objetivo é revisitar formatos engessados e propor novos caminhos para o desenvolvimento de pesquisa no campo da Gastronomia que olhe múltiplos sentidos e poéticos das palavras. Transitamos entre diferentes perspectivas, de Brillat-Savarin a Rubens Alves, propondo caminhos para revisitar lógicas eurocêntricas hegemônicas e para construir novas linguagens e olhares que contemplem intelectuais contra hegemônicos e convocando também autoras da literatura. Por fim, atentamos para a fome como uma urgência que pertence ao campo da Gastronomia e fica à sombra nas pesquisas e escritos.