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Reflexões sobre as diferentes facetas do ócio nos tempos contemporâneos
 
     Reflexões sobre as diferentes facetas do ócio nos tempos contemporâneos
     Reflections on the different sides of idleness in contemporary times
     Reflexiones sobre las diferentes facetas del ocio en la época contemporánea


Autor(es):
Bassinello, Patrícia Zaczuk
Miotello, Valdemir


Periódico: Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo

Fonte: Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo; v. 9 n. 1 (2015): janeiro/abril; 121-137

Palavras-chave:
Bakhtin. Infuncionalidade. Significações do ócio. Tempo de alteridade.


Resumo: Ao longo do último século, o ócio experimentou um processo de modernização e democratização, especialmente com a crise de uma sociedade centrada no trabalho – o período Pós-Revolução Industrial – e o surgimento de novas ideias que colocam o tempo livre, o ócio e o lazer no papel de elementos estruturantes do novo contexto social e como práticas para novos modos de vida. Neste trabalho, procuramos dar foco aos aspectos significativos da realidade e função do ócio em nossa época, esclarecendo sua relação com os processos de inovação pessoal, social e econômica, estabelecendo um equilíbrio de nossos atos no pensar o ócio e trabalho, e ócio e vida, a partir de diferentes ângulos de abordagem. Para analisar esse fenômeno, baseamo-nos em fontes científicas representativas na área, de modo a elaborarmos uma visão ampliada do assunto, a partir de contribuições da perspectiva bakhtiniana. Observamos que o aumento das opções de lazer, nas últimas décadas do século XX, somado ao crescimento dos estudos do fenômeno ócio e suas possibilidades, permitiu uma evolução de seus conceitos, desde atividades ou práticas ligadas ao consumo, ao ócio digital, até ser entendido como experiência que tem como chave de discussão o sujeito que vive essas experiências. Acreditamos que essa reflexão sobre o ócio abra possibilidades de entender seu espaço no campo das ciências sociais e humanas e, de forma especial, na sua contribuição a uma nova postura de produção relacional, que estimule uma sociedade que crie e inove bens e serviços e que aprofunde os estudos do ócio, desde o horizonte experiencial dinâmico até o direito à alteridade, ao tempo de alteridade – própria e do outro - enquanto “direito à infuncionalidade”, da escuta da palavra outra.