Resumo: Tendo como fio condutor as críticas lançadas pelo autor Panosso Netto, acerca da análise dos fatores intervenientes na construção do conhecimento em turismo, este artigo problematiza o norte dado a grande parte dos estudos na área. O filósofo propõe análises, alicerçadas em estudos teóricos e epistemológicos, vinculadas às disciplinas fundantes do conhecimento humano - filosofia e história - essenciais para a reflexão em torno dos fenômenos emergente na sociedade moderna. Panosso Netto argumenta que se os estudos não saírem da superfície teórica em que a maioria se encontra e derem mergulhos mais profundos em seu complexo espacial, temporal e social; epistemológico, filosófico e historiográfico, não alcançarão o grau de respeitabilidade almejado entre as áreas do conhecimento. Pressupõe-se que não há uma única experiência fundante ou essencial nas relações que envolvem o turismo e que o isolem como conhecimento, em detrimento de entendê-lo como a parte de um todo vinculado a experiências construídas por intermédio de distintas narrativas e performances sociais. Por intermédio da análise da obra do autor, procuramos verificar como as contribuições propostas: que reclama um maior entendimento na área, por meio de um mergulho na filosofia; capaz de dar a ver as bases que estruturaram nossa sociedade e; propõe um retorno aos clássicos das ciências sociais; para que entendamos as práticas e relações que acompanharam as mudanças da sociedade moderna, apreendem os estudos do turismo, imbricando historicamente, espacialmente, culturalmente, economicamente e politicamente o estilo de vida capitalista ocidental, que desembocou no atual modo de vivência humana.
