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Turismo, Museus e Metamorfoses do Azulejo Português no espaço e no tempo
 
     Turismo, Museus e Metamorfoses do Azulejo Português no espaço e no tempo
     
     


Autor(es):
Oliveira Magalhães, Fernando Paulo


Periódico: Revista Iberoamericana de Turismo

Fonte: RITUR - Revista Iberoamericana de Turismo; v. 8 (2018): Dossiê Número 4 'Museus, Turismo e Sociedade'; 24-52

Palavras-chave:
Azulejos. Museus. Turismo. Património. Valor simbólico. Valor de uso.


Resumo: O azulejo, como o nome indica, não foi uma criação portuguesa, mas resultou antes dos múltiplos contactos e cruzamentos culturais que a humanidade transportou consigo. Trazido para a Península Ibérica pelos muçulmanos, que a ocuparam a partir do século VIII, ele tornou-se num elemento marcante da cultura do centro/sul do atual território espanhol. Introduzido em Portugal a partir daí, em plena era dos Descobrimentos, no século XVI, o azulejo haveria de ser não só absorvido pela cultura local, como levado pelos portugueses para outras paragens como o Brasil ou a India. Nestes locais, ele revestiu novas roupagens, tendo sido adaptado, transformado, de acordo com os gostos estéticos locais. Apesar de não ter sido uma invenção portuguesa, o azulejo adquiriu uma expressão máxima nesta sociedade, pelo seu uso intensivo ao longo de vários séculos, trazendo consigo a criação de novas formas estéticas, adaptadas às circunstâncias espácio-temporais locais. O azulejo, começando por servir de elemento decorativo do interior de palácios, casas senhoriais, igrejas e conventos, rapidamente se tornou num material de excelência no revestimento de fachadas de edifícios públicos e privados, representando ora cenas de uma geometria abstrata, ora cenas da vida local. De valor de uso, o azulejo adquiriu valor simbólico na representação da comunidade, principalmente a partir do século XX, valor que tem sido exponenciado pelo crescimento do turismo no século XXI.