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“Tumba do passado” ou “memória de um povo”: uma análise sobre as repercussões da proposta de modernização do interior da Igreja Matriz de Nova Trento/SC – Brasil
 
     “Tumba do passado” ou “memória de um povo”: uma análise sobre as repercussões da proposta de modernização do interior da Igreja Matriz de Nova Trento/SC – Brasil
     
     


Autor(es):
Sartori, Anderson


Periódico: Revista Iberoamericana de Turismo

Fonte: RITUR - Revista Iberoamericana de Turismo; v. 9 n. 1 (2019); 274-301

Palavras-chave:
Turismo. Turismo Religioso. Patrimônio Cultural. Planejamento. Religiosidade.


Resumo: O município de Nova Trento/SC é reconhecido como um dos principais destinos do turismo religioso no Brasil devido ao Santuário de Santa Paulina, como também tem na cultura trentino-italiana um outro atrativo, especialmente pela culinária e produção vinícola. A religiosidade é mais uma das características, com a existência de mais de 30 capelas e/ou oratórios para devoção espalhados no espaço geográfico do munícipio, demarcando a devoção as santidades da Igreja Católica. Com a proposta de modificação do interior da Igreja Matriz da cidade (construída na década de 1940 e dedicada a São Virgílio), no ano de 2016 por parte da Paróquia que administra o local, um debate é iniciado no cotidiano, meio jornalístico e nas redes sociais, principalmente de sujeitos contrários a intervenção. A relação com a memória e a história vinculadas ao processo de construção dessa igreja mobilizou diferentes subjetividades e relações de poder, envolvendo pessoas e instituições tanto do Brasil como em Trento, na Itália. Este artigo tem por objetivo investigar as representações sobre turismo religioso e patrimônio cultural produzidas com a proposta de modernização do interior da Igreja Matriz. Optou-se pela pesquisa qualitativa, com a utilização de fontes bibliográficas e análise de conteúdo e a noção de representação para classificar e analisar os discursos individuais e coletivos. Identificou-se na oposição à proposta como principais argumentos sobre a importância da edificação para a identidade cultural, o valor histórico e potencial do turismo religioso. O debate gerou também a proposição de uma política pública de preservação patrimonial e um planejamento mais abrangente para o turismo religioso, embora contatou-se que não ocorreu sua efetivação.