Fonte: Revista Turismo Estudos e Práticas - RTEP/UERN; Vol. 6 No. 1 (2017); 69-87
Palavras-chave:
Resumo: Identificou-se que a atividade turística indígena realizada em uma propriedade rural localizada no município de Feliz Natal (Mato Grosso, Brasil) estava desencadeando relevantes mudanças no panorama das relações sociais, culturais e simbólicas da localidade, alterando a dinâmica do cotidiano através do processo de “turistificação” de um território agregado à Terra Indígena do Xingu, cuja intenção estava destinada à fruição de turistas. Desta forma, no contexto da comercialização global de produtos e serviços, os índios Wauja passaram a privilegiar a prática turística, conformando novos fluxos e formas de se relacionar com o mundo. A iniciativa privada estava apostando na geração de um território secundário como forma de gerar renda. Este artigo é um recorte da dissertação de mestrado defendida em 2006. O objetivo deste estudo foi compreender as sobreposições de territorialidades tradicionais (indígenas) e contemporâneas (não indígenas), conformadas por anfitriões e hóspedes, em que a presença de turistas registra novos vetores de mudanças. Para esta pesquisa, foram realizadas entrevistas com funcionários do empreendimento turístico (aldeia Puiwa Poho); comerciantes do município de Feliz Natal e, sobretudo, com os Wauja.
