Fonte: Revista Turismo Estudos e Práticas - RTEP/UERN; Vol. 9 No. Dossiê Temático 2 (2020): Seminário Virtual Perspectivas Críticas sobre o Trabalho no Turismo; 1-75
Palavras-chave:
Resumo: O objetivo deste artigo é refletir sobre as vivências de prazer-sofrimento de um grupo de trabalhadores de hotéis, observando as situações em que o serviço hoteleiro pode se converter em servidão de quem trabalha. Foram conduzidas cinco entrevistas virtuais semiestruturadas com trabalhadores de setores operacionais de hotéis de nível superior e luxo da cidade do Rio de Janeiro. Empregou-se a hermenêutica-dialética como exercício interpretativo das narrativas dos trabalhadores. Ao promover um diálogo entre conceitos provenientes da psicodinâmica do trabalho e as narrativas de trabalhadores de hotéis, foi possível esboçar dimensões em que o ato de servir pode configurar serviço ou servidão. Ventila-se a hipótese de que o discurso do imperativo de servir, na roupagem de hospitalidade comercial, pode naturalizar relações e vivências de servidão enquanto potência de padecimento, expressos pelas jornadas irregulares, extensivas e exaustivas, rigidez nas normas e protocolos e pela dificuldade de ter uma vida fora do trabalho.
