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ECOTURISMO E PROTEÇÃO DA NATUREZA NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA: O CASO DA VILA DE TRINDADE (PARATY – RJ)
 
     ECOTURISMO E PROTEÇÃO DA NATUREZA NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA: O CASO DA VILA DE TRINDADE (PARATY – RJ)
     
     


Autor(es):
Conti, Bruna Ranção
Irving, Marta de Azevedo
Corrêa, Frances Vivian


Periódico: Revista Brasileira de Ecoturismo

Fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC

Palavras-chave:


Resumo: Os parques representam, atualmente, uma das principais categorias de unidades de conservação (UC) para o desenvolvimento do ecoturismo, e constituem um exemplo emblemático de cisão sociedade-natureza. E, nessas áreas, o ecoturismo tem sido discutido como uma alternativa potencial para a minimização dos impactos econômicos sobre a biodiversidade, a potencialização dos processos de conservação da natureza e, a oportunidade de melhoria de qualidade de vida das populações locais. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é entender em que medida o ecoturismo contribui para a proteção da natureza no Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), tendo como foco a Vila de Trindade (Paraty-RJ). No plano metodológico, este estudo se baseou em revisão bibliográfica e documental e pesquisa de campo, envolvendo entrevistas semi-estruturadas dirigidas aos administradores do Parque e à população de Trindade. Segundo a pesquisa, o turismo não é ainda desenvolvido de forma a efetivamente contribuir para a proteção da natureza nessa UC. Ao contrário, constitui um real problema para a conservação da biodiversidade no PNSB. Isto porque, a abertura da rodovia Rio-Santos e o asfaltamento do Morro do Deus me Livre permitiram um maior acesso a esta unidade de conservação e, consequentemente, geraram maior pressão antrópica sobre a base de recursos naturais no interior do Parque. Além disso, a falta de infraestrutura básica e turística na Vila contribuiu para agravar o problema. Da mesma maneira, o perfil do turista relacionado à tríade “sol, praia e mar” e de baixo poder aquisitivo, colaborou para o processo de degradação ambiental. Diante deste quadro, a gestão do Parque entende que o modelo de turismo que vem se desenvolvendo na Trindade é prejudicial à proteção da natureza. E para que se torne compatível aos objetivos de um Parque Nacional, e aos princípios do ecoturismo, diversas ações de ordenamento do turismo no interior e entorno (Vila) precisam ser implementadas, como a realização de um estudo de capacidade de suporte, a retirada dos quiosques da praia, a construção de um centro de visitantes e, a cobrança de ingresso na entrada do PNSB. A população local, por sua vez, enfatiza a necessidade de se pensar em geração de renda e também na organização dos próprios moradores, por meio da Associação de Moradores, para ordenar o turismo na Trindade e controlar os seus impactos negativos sobre a natureza. Embora as ações propostas pela administração do Parque não tenham ainda sido planejadas em conjunto com a população local, a criação do Conselho Consultivo parece indicar o interesse de ambos os grupos para a articulação em trabalhos de parceria. E se o conjunto das ações propostas forem planejadas e desenvolvidas de forma integrada, podem levar, no futuro, ao desenvolvimento do turismo na Trindade por caminhos mais negociados e, portanto, sustentáveis. Desta forma, o ecoturismo no PNSB representa uma potencialidade a ser consolidada nos próximos anos, e para que se desenvolva, depende de diversas ações no âmbito local e mecanismos de integração entre as políticas de turismo e proteção da natureza.