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BONITO PARA QUEM? UM ESTUDO SOBRE UM DESTINO TURÍSTICO NO MATO GROSSO DO SUL: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS, BONITO, MS, BRASIL.
 
     BONITO PARA QUEM? UM ESTUDO SOBRE UM DESTINO TURÍSTICO NO MATO GROSSO DO SUL: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS, BONITO, MS, BRASIL.
     
     


Autor(es):
Oliveira, Marcelo Teixeira Cesar de


Periódico: Revista Brasileira de Ecoturismo

Fonte: Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur); v. 4 n. 4 (2011): Anais do 8° CONECOTUR e do 4° EcoUC

Palavras-chave:


Resumo: A região de Bonito, localizada no estado do Mato Grosso do Sul, tornou-se a região mais visitada no turismo de natureza nos últimos anos no Brasil. O objetivo principal desta pesquisa foi o de analisar as atividades de turismo na região desde o seu surgimento na década de 1980, avaliando a implantação, desenvolvimento e gestão. O estudo abrange os municípios de Bonito, Jardim e Bodoquena onde a atividade turística se desenvolve. Bonito é apresentado na mídia e através da propaganda das operadoras como um destino de ecoturismo. O crescimento do turismo nos últimos 20 anos, a facilitação dos acessos, a expansão dos meios de hospedagem e a recente construção do aeroporto sinalizam para um fluxo em massa que agrava um quadro preocupante que pode ampliar conflitos já existentes entre conservacionistas e o turismo. A experiência somada de 25 anos acompanhando diretamente a atividade de ecoturismo junto a grupos em atividades dirigidas em várias áreas naturais do Brasil serviu como referencial de partida para condução deste trabalho. A pesquisa exploratória através destas viagens a Bonito foi realizada durante quatro anos - 1989, 1990, 2000, 2004 - num total de 21 dias. Através de uma abordagem multidisciplinar trabalhou–se com dados coletados em campo com registro em bloco de notas e fotografias. Esses dados coletados durante esta fase serviram para a confecção de questionário para as entrevistas semi-estruturadas. Os depoimentos foram colhidos de pessoas-chave que testemunharam o processo de implantação do turismo na região. Foram feitas entre os meses de março e abril de 2010. Os dados levantados foram sistematizados e agrupados em categorias que continham informações do histórico, dos recursos naturais, infra-estrutura e serviços, mídia, marketing e promoção, pesquisa na região, padrões de visitação, educação ambiental, conflitos e gestão ambiental. Esses dados compuseram um quadro histórico dos acontecimentos. Foram usadas posteriormente três indicadores - conservação, sustentabilidade ambiental e interpretação ambiental - com o intuito de verificar se cabe o uso do rótulo “eco” para o turismo desenvolvido na região. Concluiu-se que a conservação está garantida, principalmente ao redor dos atrativos turísticos naturais, provocando um efeito bolha. Os mecanismos de gestão não asseguraram a sustentabilidade ambiental da atividade, pois carecem de compromissos mais amplos com relação às responsabilidades socioambientais. A atividade de interpretação ambiental ainda é pouco presente nos programas de turismo na região. Como tal, estas atividades não devem ser promovidas como ecoturismo. Vale nota, no entanto, o fato de que foram identificadas algumas propriedades onde é aplicado o manejo sustentável e a educação ambiental.