Flavonoides e Nanotecnologia no Combate ao Estresse Oxidativo

A Pesquisadores do México e do Brasil desenvolveram um sistema inovador de nanopartículas para encapsular moléculas oriundas de plantas com potente ação antioxidante. O estudo, publicado no Journal of Nanomaterials, investigou os efeitos da quercetina e da catequina – dois flavonoides presentes em frutas e chás – quando encapsulados em nanopartículas poliméricas de PLGA (poliácido lático-co-glicólico), um material biocompatível e biodegradável amplamente utilizado na indústria farmacêutica.

A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidad Autónoma de Querétaro, Universidade de São Paulo (USP), Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) e outras instituições de destaque na área de alimentos e química biomédica. Os resultados foram promissores: as nanopartículas produzidas apresentaram tamanho médio de cerca de 400 nm e conseguiram encapsular mais de 75% dos flavonoides de forma estável. A liberação controlada dos compostos foi avaliada em diferentes pH, simulando o trato gastrointestinal humano, demonstrando que o sistema é eficaz para proteger e liberar os flavonoides em ambientes ácidos, como o estômago.

Além da proteção estrutural, os flavonoides encapsulados apresentaram maior eficácia na neutralização de radicais livres, inibição da peroxidação lipídica e maior atividade quelante de íons metálicos em comparação às formas livres dos compostos. Esses efeitos são fundamentais na prevenção do envelhecimento celular precoce e de doenças relacionadas ao estresse oxidativo, como diabetes e câncer. O uso da nanotecnologia, nesse contexto, amplia significativamente a estabilidade, a biodisponibilidade e a eficácia dos flavonoides, abrindo portas para aplicações tanto na área farmacêutica quanto no desenvolvimento de alimentos funcionais. A Figura 1 ilustra que as nanopartículas possuem formato esférico e superfície lisa, características desejáveis para sistemas de liberação controlada de compostos bioativos. Além disso, observações sobre a distribuição de tamanho e a uniformidade das partículas podem ser feitas a partir dessas micrografias, estas ajudam a validar que o método de encapsulamento utilizado foi eficaz na obtenção de nanopartículas com as propriedades físico-químicas desejadas. Figura 1: Micrografias de microscopia eletrônica de varredura (SEM) de nanopartículas de PLGA (a), nanopartículas de PLGA carregadas com quercetina (b) e nanopartículas de PLGA cargadas com catequina (c).

Figura 1: Micrografias de microscopia eletrônica de varredura (SEM) de nanopartículas de PLGA (a), nanopartículas de PLGA carregadas com quercetina (b) e nanopartículas de PLGA carregadas com catequina (c).
Fonte: POOL, et al. 2012.

A inovação do referido estudo destaca o potencial das nanopartículas como sistemas de entrega inteligentes, capazes de preservar compostos bioativos e direcioná-los de forma eficiente no organismo humano.

Quer saber como a nanotecnologia está potencializando o poder dos antioxidantes naturais? Fique de olho nas próximas descobertas!

Para mais informações, acesse o artigo no link abaixo:

https://doi.org/10.1155/2012/145380

Referência: 

POOL, Hector et al. Antioxidant effects of quercetin and catechin encapsulated into PLGA nanoparticles. Journal of Nanomaterials, v. 2012, n. 1, p. 145380, 2012.

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