Tecnologia na Nuvem: Avanços, Vantagens Econômicas e Desafios Ambientais – Uma Análise

Por Lizandro Raposo

A computação em nuvem (Cloud Computing) é o oferecimento de todos os serviços que a computação tradicional dispõe por meio da Internet. Troca-se a compra e a manutenção de servidores e datacenters fĩsicos pela praticidade de alugar recursos computacionais por demanda, sendo que há a possibilidade de contratar banco de dados, armazenamento, capacidade computacional, entre outros, usando fontes confiáveis e bem estabelecidas no mercado de tecnologia. Um bom exemplo disso são serviços de e-mail baseados na web, onde a organização ou a pessoa física tem acesso a todo um armazenamento e processamento diretamente do seu navegador. Outro exemplo muito comum são os diversos meios de armazenamento disponíveis e acessíveis via internet, com o Google Drive e o OneDrive.

Além da questão da localização e acessibilidade dos recursos computacionais, a computação em nuvem traz vantagem também em relação ao custo. Enquanto o investimento inicial e de manutenção em mainframes e data centers é extremamente alto, o investimento em computação em nuvem é relativamente baixo, pois o pagamento é baseado no uso, permitindo assim mais flexibilidade e escalabilidade. Neste modelo de contratação, o usuário só paga o que usa, além de que os custos de manutenção também são cortados, afinal, isso não cabe ao usuário da nuvem, e sim ao provedor.

Um exemplo da vantagem econômica que isso trás é o aumento inesperado ou esporádico de uso, como os e-commerces cuja demanda aumenta consideravelmente em eventos como a “Black Friday”. Neste caso, uma arquitetura computacional em nuvem pode ser escalonada para que a capacidade computacional do sistema se adapte às necessidades circunstanciais Com isso, não é necessário investimentos em novas máquinas para um evento único, evitando assim a ociosidade desses recursos em situações de menor demanda. No fim, são mais dois pontos para a nuvem: custo e escalabilidade.

Adicionalmente, vale ressaltar que existem outros tipos de computação em nuvem, como:

  • IaaS: Infraestrutura como serviço, é o tipo de computação que fornece os componentes básicos de computação como serviço, partindo de espaço de armazenamento, recursos de rede até computadores em si, sejam eles em hardware dedicados ou virtuais. Neste modelo, os exemplos mais comuns são a AWS(Amazon Web Services), a Microsoft Azure e o GCE(Google Compute Engine).
  • PaaS: Plataforma como serviço, este tipo de serviço já encapsula toda a questão de infraestrutura e deixa para o usuário um ambiente pronto para trabalho, no qual não há necessidade de gerenciar o hardware e/ou o sistema operacional, o foco é exclusivo para a implementação e gerenciamento de aplicativos. Esses produtos aqui são mais nichados, afinal, não são de interesse popular, mas Google App Engine e Apache Stratos são bem famosos por quem conhece.
  • SaaS: Software como serviço, é o tipo de serviço que mais completo, ele oferece um produto completo e pronto para uso. Quando tratamos de SaaS, estamos falando de produtos prontos para o usuário final, e-mail baseado na web são um exemplo.

Apesar de todas essas vantagens, a computação em nuvem tem um custo para o meio ambiente. Em 2022, a Agência Internacional de Energia publicou o dado de que os datacenters ao redor do mundo gastaram cerca de 1 – 1.3% da energia elétrica do mundo inteiro, que é cerca de 240-340 TWh. Para níveis de comparação, o total de energia gasta em 2022 pelo Reino Unido foi de 275.24TWh, que é cerca de 1.14%. Isso demonstra um gasto energético altíssimo pela tecnologia avançada dos data centers, o que coloca em discussão assuntos sobre sustentabilidade, como a computação verde.

Em conclusão, percebe-se que a computação em nuvem é um avanço tecnológico extremamente útil para a modernidade, pois permite que diversos projetos sigam em frente começando com pouco investimento em infraestrutura, e que consigam se expandir. Entretanto, é importante pensar no impacto que este modelo de serviço de computação impõe ao nosso futuro.

Referências