Carreira de Computação: Uma estreia na FUVEST

Carreira de Computação: Uma estreia na FUVEST

Informações sobre o processo de junção de carreiras e mecanismo de preenchimento de vagas

Marcelo Ventura dos Santos

Maruscia Baklizky

O que é carreira?

De acordo com o dicionário Aurélio, uma definição para a palavra carreira é: profissão ou percurso profissional. Para os vestibulandos, no entanto, esse termo tem um significado adicional. A escolha por uma carreira no momento de inscrição no vestibular envolve uma grande responsabilidade que se relaciona, simultaneamente, à vida pessoal e à vida profissional do indivíduo, seus gostos e suas pretensões, e não simplesmente à sua expectativa financeira.

Carreiras em Tecnologia: por que o aumento de oportunidades?

Um tema muito discutido atualmente é o crescimento do mercado de Tecnologia da Informação no Brasil. Segundo matéria publicada em maio de 2011 no site da Veja Digital[1], a área de computação, detentora de um nível de crescimento de 10% ao ano, está necessitando de um contingente de profissionais superior ao disponível em nosso país. Em decorrência deste fato, observa-se o aumento no oferecimento de cursos na área de tecnologia.

Celso da Costa Frauches, ex-secretário geral do Conselho Federal de Educação e atual consultor do Instituto Latino-Americano de Planejamento Educacional, em entrevista para o jornal O Estado do Maranhão, afirmou que “[os cursos superiores de Tecnologia] pretendem, exatamente, atender, de forma rápida e competente, às demandas do mercado de trabalho, regional ou nacional”.

Carreira de Computação na FUVEST: como assim?

Apesar da vasta gama de oportunidades na área de Tecnologia e Informática, dados do Censo da Educação do Ensino Superior 2007[2] realizado pelo Ministério da Educação (MEC) apontam que os cursos de Ciência da Computação (CC), Engenharia da Computação (EC) e Sistemas de Informação (SI) tem um índice de evasão em torno de 28% no primeiro ano de graduação e ainda que apenas 54% dos que iniciam o curso chegam a sua conclusão. Uma das possíveis causas dessas estatísticas é o desconhecimento do perfil de formação do curso (incluindo a sua grade curricular e conteúdo abordado nas disciplinas) no qual o vestibulando decide se inscrever.

Em função disso, uma iniciativa que pretendeu diminuir esses números foi a criação da nova carreira da FUVEST, a Carreira de Computação. A grande vantagem desta carreira é que os vestibulandos tem melhores condições de analisar, com mais transparência, as características de cada um dos cursos ligados a ela, já que nesta carreira estão relacionados dois cursos com perfis similares e vinculados à uma mesma grande área.

Exemplos de entendimentos errôneos eliminados com a criação desta carreira são o de que SI estaria mais ligado à área de Administração do que à de Computação, e que CC, antes vinculado a uma carreira com cursos da Escola Politécnica (POLI), era voltado à área de Engenharia. Veja na Figura 1 abaixo, um esquema gráfico de como se dá o relacionamento entre os cursos e áreas.

 


Figura 1. Representação do relacionamento entre cursos e áreas de conhecimento.



Como se deu a criação da nova carreira?

Segundo o Professor Doutor Marcos Lordello Chaim, docente do curso de SI da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), a nova carreira foi proposta pelo também docente Professor Doutor Fábio Kon, do curso de CC do Instituto de Matemática e Estatística (IME). Inicialmente, o objetivo era unir em uma só carreira todos os bacharelados relacionados à área de Computação oferecidos na Universidade de São Paulo. Todavia, depois de realizadas as reuniões para discussão do tema nas respectivas CoCs (Comissão de Coordenação de Curso), apenas as CoCs dos dois cursos citados acima aprovaram a junção. Dessa forma, a unificação da carreira aconteceu e foi vinculada ao quadro de carreiras da FUVEST pela primeira vez no ano de 2010 para o Vestibular 2011.

O que mudou com a nova carreira?

Para os aspirantes ao curso de CC, a segunda fase da FUVEST não envolve mais conhecimentos em Química, apenas em Física e Matemática. A presença da primeira era justificada pelo vínculo que este curso possuía junto à POLI. Por outro lado, para os vestibulandos interessados em SI, a principal mudança está associada à clareza de que o curso é da área de Computação.

As relações candidato-vaga também sofreram alterações. No vestibular 2010, a relação para o curso de CC e Engenharia na POLI foi de 13,1 e 7,69 para SI. Contudo, o Vestibular 2011 apontou uma relação de 11,47 candidatos por vaga para Computação.

Como ocorre o preenchimento de vagas?

Sem dúvida, a maior parte dos questionamentos relacionados à Carreira de Computação foram acerca do preenchimento de vagas. Muitos vestibulandos, e também alguns universitários cursando SI, não sabiam de que forma seriam selecionados os candidatos durante as chamadas para matrícula.

Esclarecer-se-ão parte dos questionamentos usando de um exemplo com dois alunos fictícios: um indivíduo A – com primeira opção para o curso de SI e segunda para CC – e um indivíduo B – com primeira opção para o curso de CC e segunda para SI.

De acordo com o Prof. Dr. Chaim, após a realização das duas fases da FUVEST, estes dois vestibulandos, junto a todos os outros que prestaram para a Carreira de Computação, são classificados de acordo com os pontos obtidos.

Suponha que o candidato A tenha conquistado a 120ª colocação e o B, a 59ª. Sabe-se que a carreira disponibiliza 230 vagas – 50 vagas para CC no IME e 180 para SI na EACH –, os 230° primeiros colocados na lista geral teriam preferência de escolha. Desconsideremos aqui a existência das duas opções para SI, matutino e noturno, pois o raciocínio aqui pode ser estendido para este caso.

No caso do candidato A: ele certamente seria incluído na 1ª chamada de SI, pois dos 180 candidatos que poderiam ser incluídos na primeira chamada, pelo menos 61 ainda não o teriam sido; considerando aqui a possibilidade de que os 119 primeiros vestibulandos da lista geral tivessem SI também como primeira opção.

Já o candidato B poderia passar por duas situações distintas: a primeira seria compor a 1ª chamada de CC e a segunda seria compor a 1ª chamada de SI, curso que era sua segunda opção. O primeiro caso só seria possível se pelo menos 9, dos 58 primeiros colocados, não tivessem CC como primeira opção. Já a segunda ocorreria caso 50 vestibulandos já estivessem integrando a primeira lista de chamada para CC, pois assim todas as vagas disponíveis para esta chamada do curso já teriam sido preenchidas.

Observa-se que os melhores colocados possuem prioridade de escolha, tanto para a primeira como para a sua segunda opção, no caso de esgotamento daquela. Essa regra é seguida durante todas as chamadas, buscando preencher as 230 vagas oferecidas.

É possível ainda que um candidato que fora chamado para sua segunda opção em primeira chamada, seja convocado para a segunda chamada de sua primeira opção caso este manifeste interesse por ela. Esta seria uma alternativa para o candidato B, da suposição acima, conseguir se matricular no curso de CC.

Disponibilizamos uma pasta compactada com três arquivos: Carreira.java, Candidato.java e Teste.java. CLIQUE AQUI para baixar a pasta e verifique o funcionamento do procedimento de preenchimento de vagas. A seguir algumas informações sobre as classes envolvidas no programa:

  • Classe Candidato: representa um candidato e possui os atributos nome, primeira opção e segunda opção, os quais devem ser definidos no momento de criação de cada objeto, por intermédio do construtor. Além disso, tem métodos set e get para alteração e recuperação do conteúdo de cada um dos atributos anteriores.
  • Classe Carreira: é a classe que possui o método distribui, o qual monta a lista de chamada tanto do curso de Ciência da Computação como o de Sistemas de Informação. Além disso, possui dois atributos do tipo LinkedList que representam as listas de CC e SI. Por fim, os métodos get para recuperação dos dados de cada uma das listas. Todos seus métodos são estáticos.
  • Classe Teste: Onde se localiza o método main.

 


[2] O Censo da Educação do Ensino Superior é realizado anualmente. Utilizamos a edição de 2007 devido à presença de dados que confirmam e estão relacionados diretamente ao conteúdo desta matéria.