Um pássaro? Um avião? Não, um drone!

Um pássaro? Um avião? Não, um drone!

A área de desenvolvimento de drones tem ganhado muita popularidade ultimamente. Mas afinal, o que são drones? O que podemos esperar dessa tecnologia? Em quais pontos ela pode facilitar nossas vidas? Qual é a importância militar dos drones? Este informativo visa delinear este tema apresentando as utilidades e tendências da tecnologia na área de veículos aéreos não tripulados.

Danilo Seixas e Nicolas Hamparsomian

 

Se você é uma pessoa antenada com as novas tendências tecnológicas, com certeza já ouviu falar sobre um setor que está ganhando uma popularidade crescente: a área de desenvolvimento de drones. Mas afinal, o que são drones? A associação mais simples para entender o que são drones, e mesmo para que servem, é lembrar de brinquedos de controle remoto. O conceito é simples: com um controle via rádio, você pode manobrar um drone sem tocar nele. Em outros termos, “drone é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados a distância por meios eletrônicos e computacionais.” [2]. Drones são equipados para resistir a vários tipos de trabalho, incluindo os mais pesados e também são de grande utilidade em ambientes de difícil acesso, além de possuir várias outras utilidades que serão apresentadas no decorrer desta matéria. Mas afinal, o que podemos esperar desta tecnologia? Em quais pontos a mesma pode facilitar nossas vidas? Quais utilidades militares o desenvolvimento de drones podem oferecer? Este informativo visa delinear este tema apresentando as utilidades e tendências da tecnologia na área de veículos aéreos não tripulados, ou apenas VANTs, como também são conhecidos.

Surgimento da tecnologia e utilidade militar

Os drones foram idealizados para fins militares. Inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio controlados, estas máquinas voadoras foram concebidas, projetadas e construídas para serem usadas em missões muito perigosas para serem executadas por seres humanos, nas áreas de inteligência militar, apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, controle de mísseis de cruzeiro, atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras, atividades de busca e resgate, entre outras, sendo muitas vezes utilizados em missões que são consideradas “maçantes ou perigosas”. Atualmente, o desenvolvimento de pesquisas e fabricação de drones são realizadas e estimuladas, principalmente, por militares estadunidenses e pelas Forças Armadas de Israel. Os drones são, há vários anos, um dos principais instrumentos da estratégia militar dos Estados Unidos, sendo que atualmente mais de cinquenta países já fazem uso dessa tecnologia [2].

Obviamente o uso de drones no setor militar sofreu constante crescimento com o passar dos anos. Um dos usos mais comuns de drones no meio militar é para atingir alvos, sobrevoando por áreas pré-determinadas até o ponto de objetivo, onde soltam bombas e mísseis sobre áreas demarcadas. “Devido à gama de utilidades que os drones possuem no uso militar, é exatamente nesse setor podemos encontrar a melhor tecnologia aplicada sobre veículos aéreos não tripulados e é onde podemos encontrar os maiores e mais aprimorados equipamentos”[3].

O crescimento do uso de drones para operações especiais fez com que as forças armadas americanas incluíssem a pilotagem de drones como parte integrante do treinamento de vários militares. As novas exigências feitas aos futuros pilotos sinalizam que essas aeronaves são o futuro da aviação de guerra. “A aeronáutica americana hoje treina mais pilotos para dirigir drones em confortáveis poltronas de bases americanas do que para subir em caças de última geração” [4].

Utilidades dos drones na sociedade

Segundo o site TechTudo, “estes aparelhos são concebidos para realizar tarefas arriscadas ao ser humano ou ferramentas para trabalhos que ninguém quer realizar”. Os drones podem ser usados para chegar a lugares em que o homem corre algum risco, como na remoção de materiais radioativos. “No Japão, por exemplo, drones foram usados para capturar imagens do interior de reatores danificados durante o acidente de Fukushima. As imagens não poderiam ser feitas por humanos, já que nenhum sobreviveria nestes locais. As imagens puderam informar a real situação dos reatores.”

Porém a utilidade desse tipo de equipamento não se restringe somente a ser um substituto para trabalhos de risco. Os drones estão cada vez mais sendo usados para capturar imagens aéreas, principalmente em locais de difícil circulação. Recentemente, durante as manifestações que aconteceram em São Paulo, um drone sobrevoou a multidão para captar imagens. “As emissoras de televisão também tem investido nesta tecnologia, algumas ainda que como um serviço terceirizado, sendo ele o responsável por capturar aquelas imagens aéreas que antes só eram possíveis com a utilização de helicópteros” [3].

Uma outra grande utilidade é que devido às suas características, os drones possuem grande capacidade de chegada a lugares hostis e remotos, por isso eles são usados para levar comida e medicamentos a lugares inacessíveis por terra. Na África, por exemplo, vilarejos recebem alimentos e remédios através de equipamentos voadores, fato que pode salvar várias vida [2].

Por toda gama de utilidades presentes no uso de drones, não é de se espantar que os investimentos nessa tecnologia sejam cada vez maiores, tornando o setor de aviões não tripulados o mais dinâmico da indústria aeroespacial. De acordo com a consultoria americana Teal Group, em 2011, foram gastos 6 bilhões de dólares com drones [4].

Nos Estados Unidos os veículos aéreos não tripulados recebem a denominação 3D, como referência ao tipo de missão desempenhada por este tipo de aeronave: dull (enfadonha), dangerous (perigosa) e dirty (suja). No próprio nome já é possível identificar as vantagens operacionais das aeronaves sem piloto: voos longos, sem restrição (algumas aeronaves como o americano Global Hawk, realizam missões de até 40 horas); acesso a locais com risco de contaminação ou próximas a áreas vulcânicas, por exemplo; e regiões em situação de guerra, com alto risco de abate pelo inimigo [5].

Exemplos de drones

Drone escorpião

Drone escorpião: Da empresa gaúcha SkyDrone. Ele pesa menos de dois quilos. Seu diferencial são as hastes com duas hélices acopladas, conferindo ao drone uma maior estabilidade de voo. São oito hélices distribuídas em quatro hastes.

Drone Quadricóptero

Drone Quadricóptero Dji Phantom Fc40: Este modelo pode ser encontrado com câmera e GPS. O valor dele é de cerca de R$ 2.800. É usado, no geral, para coletar imagens, é também uma das marcas mais utilizadas por usuários comuns.

A.R. Drone QuadcopteroA.R. Drone Quadcoptero: A Apple é uma das empresas que apostaram na tecnologia e possuem um quadcoptero a venda em sua loja virtual. O drone custa por volta de R$ 2.400 e pode ser manuseado pelo iPhone do usuário.

predatorPredator: Criado pela empresa americana, General Atomics, usada a partir de 2001. Esta foi a primeira aeronave não tripulada a realizar ataques ao Afeganistão. O Predator era equipado com mísseis de precisão, chega a 222 km/h e é muito utilizado até hoje.

Drones no Brasil

Comparativamente com os EUA, o uso militar de drones no Brasil é muito menos estimulado, isto acontece porque o governo americano investe pesadamente nestes veículos e mantém contratos que estipulam a compra de até nove mil unidades. Em contrapartida, no Brasil as empresas voltam-se ao cenário civil. Estes dados são de Giovani Amianti, diretor da XMobots, uma empresa que investe no cenário aeroespacial brasileiro, além destes dados, Giovani admite que já vendeu para civis dez vezes mais drones do que o governo brasileiro já comprou em sua história [5].

Outra iniciativa brasileira é a realizada pela prefeitura de Altamira, município brasileiro localizado no estado do Pará. A mesma utiliza drones para averiguar o desmatamento na Amazônia, buscando garantir um nível adequado segundo a lei ambiental vigente no país [5].

Mas o uso de drones no país enfrenta alguns sérios problemas, um dos maiores é a falta de uma regulamentação sobre seu uso, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) pretende até o final de 2014 regularizar o uso de drones. Entre as medidas há uma limitação de altitude (121 metros), restrição para sobrevoos a bens de terceiros, a necessidade de autorização das pessoas cujos drones serão sobrevoados e também a imposição de que nenhum lugar a menos de 5km de um aeroporto pode ser usado sobrevoado por um drone.

Os drones hoje são parte integrante do presente e uma visão do futuro, inegavelmente. Estes artefatos tecnológicos vêm com a promessa de melhorar a execução de inúmeras tarefas. É claro que o uso correto da tecnologia não é tão simples, e ela pode cair em mãos erradas ou em operações duvidosas, por isso cabe à sociedade cobrar fiscalização e compromisso dos governos para garantir o uso apenas benéfico dessa tecnologia. Com certeza, com o passar do tempo, essa tecnologia deverá ser cada vez mais presente, seja militarmente, seja no auxílio de algum trabalho perigoso ou até mesmo na gravação de uma festa de casamento!


Referências Bibliográficas

[1] http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/10/o-que-sao-e-para-que-servem-os-drones-tecnologia-invade-o-espaco-aereo.html

[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Ve%C3%ADculo_a%C3%A9reo_n%C3%A3o_tripulado

[3] http://www.oficinadanet.com.br/post/12645-o-que-sao-drones-onde-eles-costumam-ser-usados

[4] http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/conheca-os-drones-os-bombardeiros-e-avioes-espioes-sem-tripulacao/

[5] http://www.abin.gov.br/modules/articles/article.php?id=4125


Bibliografia

http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/tecnologia/2014/05/03/AINDA-SEM-REGULAMENTACAO-DRONES-TEM-MAIS-USO-CIVIL-DO-QUE-MILITAR-NO-BRASIL.htm

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/02/1417326-uso-de-drones-tera-regras-ate-fim-do-ano-diz-anac.shtml