Novo contraste para angiografia e imagem por ressonância magnética desenvolvido como alternativa ao uso de metais
A ressonância magnética com contraste é um exame que utiliza substâncias químicas, como gadoteridol (à base de gadolínio) e mangafodipir (à base de manganês), para melhorar a visualização de estruturas corporais internas nas imagens obtidas. O gadolínio, comumente utilizado para o contraste, é um metal pertencente à série dos lantanídeos e, após a realização do exame, depende de vias renais para ser excretado.
Estudos têm mostrado efeitos toxicológicos relacionados com o acúmulo de metais em diferentes órgãos, levantando preocupações sobre o uso recorrente de metais como contraste, incluindo o gadolínio. Esse acúmulo de metais nos rins, especialmente em pacientes com insuficiência renal, pode levar à Fibrose Sistêmica Nefrogênica. Quando ocorre no cérebro, há risco de levar a alterações neurológicas.
Diante desse cenário, nanomateriais têm sido estudados como alternativa ao uso de gadolínio durante exames de ressonância magnética. Uma nanopartícula paramagnética ultra pequena foi projetada por Kawasaki e colaboradores, mostrando-se promissora quando comparada com o ácido gadotérico, tanto em simuladores quanto em relação à sua boa biocompatibilidade. A Figura 1 ilustra a nanopartícula desenvolvida e apresenta uma imagem obtida por ressonância magnética com uso dessa nanopartícula como contraste.
Figura 1: Nanopartícula utilizada como contraste e imagem de ressonância magnética de rato com o uso da nanopartícula como contraste. Adaptado de Kawassaki et al. (2023).
A biocompatibilidade e as boas imagens obtidas a partir do uso dessa nanopartícula (Figura 1) indicam o alto potencial como agente de contraste alternativo a substâncias com gadolínio e outros metais, especialmente pensando em pacientes com insuficiência renal grave.
O uso clínico dessa alternativa ainda é um desafio em virtude de questões a serem superadas, tais como aumento do processo de produção para a redução do custo, problemas de estabilidade coloidal e um protocolo de aplicação adequado e parâmetros farmacológicos a serem desenvolvidos.
Para mais informações, acesse: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acs.nanolett.3c00665
Gostei demais da notícia! Esclarecedora!
Excelente avanço! Muito promissor especialmente para pacientes com restrições ao uso de metais. Ficaremos atentos à evolução desse estudo. Parabéns aos pesquisadores!