Robótica: Pesquisa e Diversão

Robótica: Pesquisa e Diversão

Felipe Deckert Costa

Priscilla Koch Wagner

Já se imaginou fazendo uma pesquisa acadêmica? Algo com que pudesse aprofundar seus conhecimentos em uma área? Já pensou em apresentar artigos em grandes eventos ou em revistas importantes? E se pudesse fazer tudo isso e ainda se divertir em competições usando o conhecimento desenvolvido nas suas pesquisas? Pesquisar na área de Robótica pode lhe proporcionar tudo isso!

A Robótica tem a tarefa de desenvolver dispositivos mecânicos ou computacionais para desempenhar tarefas custosas ou entediantes para seres humanos. Alguns robôs são apenas dispositivos mecânicos sem nenhuma sofisticação quanto à tarefa que executam, enquanto outros são sistemas sofisticados que utilizam técnicas de aprendizado para realizar suas tarefas. Como disseram Ralph M. Stair e George W. Reynolds no livro “Princípios de Sistemas de Informação”, existem robôs que apenas montam e pintam produtos, outros podem ser usados para explorar o espaço e realizar pesquisas, outros são usados para treinamentos e entretenimento; todos combinando alta precisão da máquina e softwares sofisticados de controle.

A Robótica possui inúmeras aplicações e a pesquisa nessa área é intensa, devido ao grande potencial de crescimento, já que vivemos em um mundo automatizado. Dentre as diversas pesquisas, podemos destacar: o Robotics Institute da Carnegie Mellon University (www.ri.cmu.edu), cuja pesquisadora Cameron Riviere desenvolveu o Heart-Lander, um robô muito pequeno utilizado em cirurgias delicadas no coração; e a IRobot (www.irobot.com), uma empresa que realiza pesquisas para construção de robôs, desde os que limpam assoalhos até veículos sem condutor para auxiliar na proteção de soldados. Outro exemplo de aplicação na medicina é o Porter Adventist Hospital (www.porterhospital.org), que utiliza um robô para cirurgia de pacientes com câncer de próstata, o que diminui o tempo de recuperação do paciente. O mesmo site ainda traz vários outros exemplos que já estão sendo usados para facilitar diversos processos, e outras técnicas que ainda estão sendo estudadas para serem aplicadas futuramente.

Além de todas essas possibilidades de mercado para pesquisadores e especialistas em Robótica, esta é uma área em que é possível unir pesquisa, conhecimento e diversão! Existem muitos eventos, como o MNR (Mostra Nacional de Robótica), no qual os alunos de graduação, ensino técnico e ensino médio, que fazem pesquisa na área de Robótica, podem expor trabalhos desenvolvidos. O objetivo desses eventos, segundo seus sites oficiais, é estimular a submissão e a difusão de trabalhos sobre Robótica, valorizando as fronteiras com outras áreas do conhecimento e também a inovação. A MNR aceita submissões de trabalhos em duas modalidades: Iniciação Científica, centrado na temática Robótica e que mantenha relação com qualquer área do conhecimento (ensino, mecânica, computação etc.) e Competição, que estimula a apresentação de soluções para tarefas propostas para competições (Futebol Jr., Resgate B Jr. e Dança Jr.) de Robótica. A modalidade Competição da MNR é voltada apenas para alunos de ensino fundamental, médio e técnico; os alunos de graduação podem participar na modalidade de Iniciação Científica.

Outra grande oportunidade de expor pesquisas da área de Robótica é o CBR (Competição Brasileira de Robótica), que ocorre no Brasil desde 2003. Para se inscrever na CBR, cada equipe deve submeter um artigo técnico que apresente contribuições da solução proposta para a competição. Segundo os organizadores da CBR, ocorrem “campeonatos de robôs” em diversas modalidades, tais como: RoboCup Humanoid, onde robôs com características “corporais” parecidas com humanos jogam futebol; RoboCup Rescue Simulation Agents, onde equipes de robôs devem ser programadas para vasculhar um cenário de destruição procurando por sobreviventes; Robotino Logistics Competition (RLC), que exige que os robôs sejam programados para realizar tarefas de movimentação de peças enfrentando alguns obstáculos; IEEE Standard Educational Kits, onde o objetivo é montar dois robôs que deverão agir de modo cooperativo para cumprir tarefas. Além dessas, existem muitas outras modalidades. Veja mais no site: http://www.cbr2011.org.

À primeira vista, poderíamos pensar: “Qual é a relação entre Robótica e Sistemas de Informação?”. Aparentemente pouca coisa. Porém, se pensarmos um pouco melhor, mesmo que a maioria dos robôs ainda seja limitada em recursos, em breve eles poder sem usados em aplicações mais amplas e complexas, podendo dominar processos inteiros em empresas, como bancos, restaurantes, casas, e até ambientes de trabalho perigosos como usinas nucleares. Para que isso ocorra, precisaremos de profissionais qualificados e experientes que possam programá-los e construí-los eficientemente. Além disso, serão necessários pesquisadores especialistas na área de Robótica para desenvolver novas tecnologias para serem aplicadas aos problemas e processos presentes na sociedade e nas organizações.

Portanto, é uma área de pesquisa promissora tanto para aqueles que pretendem ir para o mercado de trabalho quanto para os que querem seguir a carreira acadêmica! Para quem ainda não decidiu se quer mercado de trabalho ou carreira acadêm­ica, que tal estudar um pouco de Robótica e suas aplicações e, quem sabe, descobrir aí um nicho de trabalho futuro?

Fonte: http://www.cbr2011.org

http://www.mnr.org.br

Princípios de Sistemas de Informação – Ralph M. Stair e George W. Reinolds. 2009.