Cloud Computing: desde a Campus Party até a USP

Cloud Computing: desde a Campus Party até a USP

Cloud Computing é um termo que já faz parte da vida de todos há muito tempo – o conceito é datado de 1961, criado pelo cientista da computação John McCarthy[1] – e foi debatido em muitos ambientes dentro da sexta edição da Campus Party, principalmente na área de empreendedorismo, pois essa tecnologia pode servir como aliada para o crescimento de startups e para a manutenção de TI nas grandes empresas.

Uma maneira de classificar a Cloud Computing é segmentando o conceito em algumas classes de serviços, tais como: SaaS, DaaS, PaaS e IaaS. Na Campus Party ocorreu uma oficina chamada “Cloud Computing: o que é e como aplicar” ministrada por Guillermo Hess, sócio-diretor da “ionatec” (empresa de desenvolvimento Web) que explicava de forma aprofundada as classes (ou modelos) de serviços, falando das vantagens e desvantagens de cada um.

 

De maneira sucinta: SaaS é implementado por um “software implantado como serviço hospedado em data centers e acessado pela Internet” (CARRARO, 2007); DaaS é serviço de gerenciamento de banco de dados usado sob demanda; PaaS é plataforma como serviço, que é um ambiente para a criação, hospedagem e controle de softwares, usado como base para o crescimento das aplicações de Cloud Computing –  um exemplo de PaaS é o Google App Engine e o Windows Azure; por fim IaaS refere-se ao fornecimento de infraestrutura computacional (geralmente em ambientes virtualizados) como um serviço.

Mas afinal, a Computação em nuvem é apenas virtualização de servidores e de aplicações? Conforme comentado na Campus Party pelo engenheiro eletrônico e palestrante Alexandre José Francisco, a virtualização de servidores e de aplicações não é sinônimo de Cloud Computing, pois Cloud Computing é muito mais do que isso. Esse modelo computacional vem ganhando notoriedade devido a suas vantagens frente outras tecnologias, como por exemplo: pouco desperdício de dinheiro para adquirir infraestrutura, pois é utilizado sob demanda; simplificação do trabalho de gerenciamento, que se resume ao compartilhamento de dados independentemente do local físico em que o usuário (pessoa ou empresa) se encontra; e principalmente aumento da escalabilidade em sistemas e ambientes, de forma que os recursos utilizados podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a necessidade do usuário.

O que é notável dessa tecnologia é a velocidade e magnitude de sua expansão, pois ela vem ocorrendo de maneira exponencial. Segundo pesquisa da Parallels[2] (empresa de hospedagem e serviços de Cloud) realizada no Brasil junto a 400 empresas, 60% delas manifestam forte propensão a adquirir serviços hospedados. Essa tecnologia também está cada vez mais presente nos espaços acadêmicos, como assunto de pesquisa ou como suporte ao trabalho de pesquisa; e nesta área, mais uma vez, a Universidade de São Paulo saiu na frente pois, de acordo com a assessoria de imprensa[3], foi a primeira universidade do Brasil a institucionalizar este tipo de serviço.

De acordo com o USP Destaques[3], a Universidade de São Paulo está aderindo a esse tipo de sistema com um investimento de R$ 200 milhões de reais, através de domínios voltados às áreas corporativa, educacional e científica, facilitando o armazenamento, acesso e processamento de informações por professores, estudantes e funcionários.

Segundo o boletim da Assessoria de Imprensa da USP, “a Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira terá dois Internet Data Centers  (IDCs), que são ambientes desenvolvidos para abrigar servidores, sistemas de armazenamento de dados e ativos de rede; um servidor ficará no campus e outro ficará em um prédio que será construído em uma área externa próxima ao campus. (…) O usuário USP terá acesso aos serviços por meio do endereço eletrônico da USP e da senha única, como já ocorre nos sistemas administrativos da Universidade. (…) Inicialmente, o serviço terá capacidade de espaço de armazenamento na caixa postal dez vezes maior do que a atual, e contará com modernas ferramentas de anti-spam, com detecção em escala global, customização do usuário, mecanismos de backup e recuperação. ( …) A Cloud USP ajudará na gestão de TI, que passará a ter servidores virtuais, economizando na compra de equipamentos, nos gastos com manutenção, no consumo de energia elétrica e de água, nos investimentos em segurança patrimonial, no espaço físico e em recursos humanos.”

Portanto, é perceptível que a Cloud Computing tem muitas funcionalidades e ramificações que podem ser discutidas em diversos meios. Na Campus Party foi possível conhecer um pouco sobre as diversas facetas de Cloud Computing e o evento estimulou os campuseiros a aprender mais sobre questões técnicas e conhecer exemplos de grandes aplicações. Então, a dica é colocar o uso de Cloud Computing em prática, e a melhor maneira para isso é buscar empresas que oferecem Infraestrutura de Cloud, tais como Amazon, IBM e Google, e começar a utilizar os serviços para demandas pequenas e/ou pessoais.


Referências

[1] MARTINS, Adriano. Fundamentos de Computação Nuvem para Governos. Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) Brasília – DF – Brasil, 2010.

[2] Ver em http://www.parallels.com/

[3] Ver em http://www.usp.br/imprensa/wp-content/uploads/USP-Destaques_66.pdf

CARRARO, Gianpaolo (29 de Janeiro de 2007). Software como Serviço (SaaS): uma perspectiva corporativa. Disponível em: <http://msdn.microsoft.co m/pt-br/library/aa905332.aspx> Acesso em: 26 de Março de 2013.

MOREIRA, Eustásquio (18 de Outubro DE 2012). WHD Latin America: Websolute aborda conceito do Cloud Computing. Disponível em: < http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=94571:whd-latin-america-websolute-aborda-conceito-do-cloud-computing&catid=48:c at-info-ti&Itemid=329> Acesso em: 06 de Abril de 2013.z