Tecidos nanotecnológicos e suas aplicações
Nos últimos anos, a nanotecnologia tem desempenhado um papel importante na área de tecidos inteligentes. Os nanomateriais têm sido empregados para introduzir de forma sustentável propriedades antimicrobianas, cicatrizante de feridas, purificação do ar (máscaras respiratórias), proteção contra raios UVs e como retardadores de chamas em têxteis, como em cortinas e roupas. Dispositivos inteligentes baseados em nanomateriais agora também estão sendo integrados aos têxteis para executar várias funções como coleta e armazenamento de energia, liberação de drogas e fenômenos ópticos. Outros desenvolvimentos dessa área incluem fatores de cuidados pessoais, como anti-transpirantes e propriedades desodorantes, auto limpeza, dentre outras. No entanto, o desenvolvimento está sendo voltado aos “têxteis inteligentes”, que são derivados da combinação de materiais convencionais com smart-nanomateriais que podem sentir mudanças no ambiente e responder modificando um ou mais de seus parâmetros para executar uma função, como mostrado na Figura 1.
Figura 1: Ilustração de roupas inteligentes futuristas feitas com nanomateriais processados para integração com dispositivos multifuncionais no corpo.
Fonte: Adaptado de Shah et al. (2022)
Em suma, existem três gerações de têxteis inteligentes. A primeira geração detecta mudanças no ambiente, mas não ajusta suas propriedades em resposta ao estímulo. Um exemplo envolve os tecidos revestidos com várias nanopartículas de óxido de metal que fornecem propriedades de resistência a radiações IR/UV. A segunda geração inclui tecidos que primeiro percebem mudanças ou estímulos do ambiente e, em seguida, respondem de acordo com tal alteração. Como exemplos existem os têxteis termocrômicos que respondem às mudanças de temperatura com variações na cor do tecido. Por fim, a terceira geração, chamada de “superinteligente”, inclui os têxteis ativos que são integrados com eletrônica a partir do emprego de sensores, dispositivos ópticos, nanogeradores e dispositivos de armazenamento de energia. Um exemplo da aplicação de eletrônica em tecidos é a detecção de poluentes ou alguma substância que ameace a saúde. Muitas das inovações nessa área começaram com o design para a indústria da moda. Por exemplo, empresas desse ramo desenvolveram roupas para a banda Black Eyed Peas (Figura 2) levando em consideração materiais de diodo orgânico emissor de luz (OLED) com uma variedade de padrões de iluminação, cores e efeitos.
Figura 2: Foto tirada dos membros da banda Black Eyed Peas em seus trajes de LED desenhados por Rogier van der Heide no Stade de France.
Fonte: LEDinside of Trendforce Corp.
Embora tenha havido uma série de avanços neste campo, ainda existem limitações e desafios no processo de integração da tecnologia na vestimenta. Os dispositivos eletrônicos geralmente prejudicam a maciez, a aparência, o conforto e a facilidade de uso das roupas. Além disso, a eficiência e a durabilidade desses aparelhos internos precisam de melhorias significativas para que as peças de roupas sejam auto suficientes. Além disso, a lixiviação e a perda de nanomateriais levanta questões ambientais e de saúde dos usuários por conta do potencial tóxico deles.
Para mais informações e detalhamentos, leia o artigo na sua íntegra: SHAH, Mudasir Akbar et al. Applications of nanotechnology in smart textile industry: a critical review. Journal of Advanced Research, [S.L.], v. 38, p. 55-75, maio 2022. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jare.2022.01.008.
Referências:
LUSTIG, Steven R. et al. Effectiveness of Common Fabrics to Block Aqueous Aerosols of Virus-like Nanoparticles. Acs Nano, [S.L.], v. 14, n. 6, p. 7651-7658, 21 maio 2020. American Chemical Society (ACS). http://dx.doi.org/10.1021/acsnano.0c03972.
