Utilização de biomateriais em nanoescala para a prevenção de infecções
Vivemos em um ambiente diverso e em constante contato com microrganismos. A presença de tais microrganismos nos ajuda no dia a dia, mas ao mesmo tempo eles podem nos afetar negativamente. Vale lembrar que nosso corpo faz uso do sistema imunológico para nos proteger. No entanto, este sistema de proteção é um tanto quanto complexo, pois envolve muitas células e órgãos. Isso se torna um grande problema para à área da saúde, no caso de infecções causadas por microrganismos a partir do uso de dispositivos biomédicos, representando assim uma das infecções mais desafiadoras para a intervenção médica. Implantes biomédicos podem afetar as defesas imunológicas do hospedeiro e causar o crescimento de bactérias, formando biofilme, invadindo os osteoblastos, evasão imunológica e, por fim, resistência antibacteriana. Neste sentido, pesquisadores reúnem esforços em pesquisas focadas na inibição de infecções por dispositivos biomédicos.
Em tratamentos de infecções, a concentração de antibióticos é muito importante devido à estimulação da formação de células persistentes. Vale mencionar que a invasão das células do hospedeiro causa o fracasso do tratamento antibacteriano. Além disso, a permeabilidade das células hospedeiras determina a eficácia dos antibióticos para prevenir ou tratar a infecção.
De acordo com diversas pesquisas, o emprego de polímeros catiônicos de penetração celular com potencial antimicrobiano contra bactérias intracelulares parece promissor. E pesquisas sobre novos biomateriais de implantes anti-infecciosos e estratégias de uso, como o emprego de fagos, são interessantes na prevenção, tratamento e detecção de infecções em dispositivos biomédicos. A engenharia de superfície trabalha com a implementação da nanoescala para prevenir essas infecções, de forma com que tais bactérias não irão proliferar, pois não terão adesão com os biomateriais. Atualmente, existem materiais antimicrobianos com geometrias diferentes para uso intravascular e dispositivos auxiliares, como é o caso do curativo feito a partir de uma esponja que contém a clorexidina, que é antisséptica e apresenta propriedades antibacterianas.
As estratégias com base em nanociência se concentram principalmente na modificação da superfície de implantes biomédicos por meio da decoração funcional e da fabricação de “superfícies inteligentes” para permitir a geração e a liberação de agentes antimicrobianos. A eficiência, a durabilidade, a biocompatibilidade e a estabilidade mecânica dos nanomateriais antimicrobianos aplicados em dispositivos biomédicos são fatores fundamentais na seleção de materiais nanoestruturados.
Para saber mais, acesse: Engenharia de superfície antimicrobiana liderada pela nanociência para prevenir infecções | ACS Materiais Nano Aplicados
Fonte: Nanoscience-Led Antimicrobial Surface Engineering to Prevent Infections. Mina Zare, Mohamad Zare, Jonathan A. Butler, and Seeram Ramakrishna. ACS Applied Nano Materials 2021 4 (5), 4269-4283
