Nanotransportadores de Pesticidas: O Lanche Chegou!

O uso de pesticidas tem crescido significativamente nas últimas décadas devido ao aumento das demandas globais por alimentos, que coincidem com o crescente aumento populacional. Essa maior necessidade na produção agrícola tem impulsionado o aumento do uso de pesticidas com o propósito de proteger as colheitas e garantir o suprimento de alimento para a população em crescimento. No entanto, essa prática tem ocasionado severos impactos ambientais, uma vez que esses produtos químicos podem contaminar os solos e os corpos d’água, resultando em consequências negativas para a fauna e flora dos ecossistemas. Além disso, os pesticidas estão fortemente associados à contaminação humana, apresentando potenciais riscos à saúde, sobretudo, no que se refere às doenças cancerígenas.

   Com o objetivo de minimizar os impactos ocasionados pelos pesticidas, pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Aveiro, em Portugal, desenvolveram um novo nanopesticida denominado “A Lancheira”.(figura1)

(Figura de Getty images)

Esse nanopesticida é composto de três importantes partes: os semioquímicos, substâncias químicas produzidas por organismos que modificam o comportamento de outros seres vivos, como  feromônios, por exemplo. Eles estão localizados na parte mais externa e possuem uma alta volatilidade, permitindo a comunicação direta com as pragas de forma altamente específica. Isso contribui para a mitigação dos impactos ambientais em comparação com os pesticidas convencionais. O nanotransportador por sua vez, se encontra na região intermediária e desempenha a função de encapsular o pesticida. Além disso, o nanotransportador deve ser composto de um material presente na natureza e que deve  ser palatável para as pragas, como açúcares ou polissacarídeos (derivados da celulose, lignina, pectina, etc) e proteínas (zeína, caseína, etc). Por fim, no interior do nanotransportador encontra-se o pesticida, responsável por eliminar a praga. Pode ser utilizado um pesticida como a Bt (Bacillus thurigiensis), que é uma bactéria eficaz contra diversas pragas, pois causa danos ao intestino delas. Além disso, novos compostos naturais ou biossintéticos, agonistas de moléculas pequenas e novos vírus de RNAi também podem ser utilizados, aproveitando o sistema de entrega mais seguro desse nanopesticida.

Em suma, esse nanopesticida apresenta características impressionantes, pois além de causar  menos impactos nos ecossistemas, também é menos prejudicial aos seres humanos. Além disso, uma característica que chama muita atenção é que ele é baseado na biomimética, que consiste em  reproduzir e imitar a natureza na produção de novas tecnologias.

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