Spray com nanopartículas de ouro e peptídeos: o nanofármaco que vai ser um grande aliado na Cardiologia

Pesquisadores da Universidade de Ottawa (Canadá) e da Universidade de Talca (Chile) desenvolveram um tratamento (ainda em fase experimental) para pacientes acometidos por ataques cardíacos que faz uso de nanopartículas de ouro, combinadas com peptídeos carregados positivamente. Esse nanofármaco tem funções promissoras quanto à mitigação de efeitos secundários relacionados a ataques do coração e à sua recuperação, propriamente dita.

Na prática, as nanopartículas de ouro juntamente com os peptídeos positivos ajudariam a restaurar o tecido cardíaco. Esse efeito sinérgico seria benéfico já que o peptídeo confere maior alcance na área lesionada, impedindo que as nanopartículas de ouro (por serem metálicas) pudessem se acumular, caso fossem injetadas isoladamente, não cumprindo seu efeito terapêutico e possuindo caráter tóxico para o tratamento. Por outro lado, as nanopartículas de ouro, além de melhorarem a condutividade cardíaca, conferem maior estabilidade aos peptídeos, impedindo que eles se degradem rapidamente.

Os pesquisadores utilizaram  adesivos impregnados com essas substâncias, mas não obtiveram êxito, como presumiam, devido às diferenças nos tamanhos e formas dos órgãos dos indivíduos. O teste seguinte se mostrou mais eficaz, no qual foi empregado um micro spray aplicado em camundongos. Essa abordagem resultou em uma resposta mais assertiva e funcional, pois a área de contato foi aumentada e, consequentemente, a circulação sanguínea também foi beneficiada, melhorando seu fluxo.

Segundo os pesquisadores, o próximo desafio é conseguir um peptídeo que seja mais compatível ao organismo humano e que consiga diminuir, ao máximo, a toxicidade das nanopartículas metálicas. Além disso, é desejável um sistema de carreamento do nanofármaco que atinja mais rapidamente à área lesionada no paciente. 


Ilustração da combinação dos peptídeos positivos com as nanopartículas de ouro. Adaptado de: https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/acsnano.1c08890?source=cen

Diferença entre as paredes do coração: (superior) não tratada, (inferior) amostra tratada após 4 semanas com o uso do spray. A partir das duas imagens, pode-se verificar a diferença no tecido cardíaco. Adaptado de: https://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/acsnano.1c08890?source=cen

Para saber mais sobre como funciona esse nanofármaco e outras curiosidades, acesse:

cen.acs.org/pharmaceuticals/nanomedicines/Sprayable-nanomedicine-restores-function-heart-attacks-in-mice/100/web/2022/03?utm_source=Newsletter&utm_medium=Newsletter&utm_campaign=CEN

pubs.acs.org/doi/full/10.1021/acsnano.1c08890

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