Estudo da Crio-microscopia Eletrônica leva o Prêmio Nobel de Química 2017

[Imagem:https://www.nature.com/news/cryo-electron-microscopy-wins-chemistry-nobel-1.22738]
Mais uma vez o estudo da Nanociência levou o Prêmio Nobel. Desta vez os ganhadores foram o alemão Joachim Frank, o suíço Jacques Dubochet e o escocês Richard Hendersen, laureados com o Nobel de Química pelo estudo da crio-microscopia eletrônica, responsável pela visualização em alta resolução de moléculas biológicas em escala atômica em baixas temperaturas, sendo uma grande contribuição para a bioquímica.A organização do prêmio anunciou os três ganhadores em 04-10-2017, na Suécia, e graças a esta equipe, daqui para frente será possível observar imagens com alta definição de moléculas em escala atômica (estruturas na escala de átomos), permitindo que as mais complexas estruturas orgânicas sejam estudadas e compreendidas.

Com está descoberta, a Academia de Ciências da Suécia manifestou-se, alegando que os estudos com objetos invisíveis a olho nu têm crescido consideravelmente e, levando em conta esta afirmação, é evidente que a Nanociência pode ser considerada a ciência do futuro, sendo capaz de responder a diversas perguntas até então sem respostas no meio acadêmico. Anteriormente a esta descoberta, a área de estudo relacionada às estruturas bioquímicas possuía uma grande lacuna, já que a tecnologia utilizada nesses estudos não era capaz de aprofundar-se nas menores estruturas das biomoléculas. Porém, com a crio-microscopia eletrônica será possível congelá-las e estudá-las ainda “vivas”, sendo este fator decisivo para o entendimento da química da vida, diferentemente do que acontecia com os microscópios eletrônicos convencionais, que devido ao lançamento de poderosos feixes de luz acabavam por destruir qualquer material biológico.

Na década de 1990, o pesquisador Richard Henderson obteve uma imagem tridimensional de uma proteína em nível atômico, descoberta que propiciou o avanço de novas técnicas de utilização destes equipamentos. Já Joachim Frank, entre 1976 e 1985, desenvolveu um método que permitia que imagens borradas provenientes dos microscópios eletrônicos pudessem ser processadas em três dimensões, propiciando grande nitidez para o estudo das imagens captadas. Por fim, Jacques Dubochet, por volta de 1980, conseguiu adicionar água aos microscópios eletrônicos, de modo que esta foi resfriada tão rapidamente e tornou-se vitrificada. O material biológico a ser estudado foi envolto pela água vitrificada, preservando as biomoléculas ali presentes em seu estado original.

Todos estes estudos corroboraram para o aprimoramento da utilização dos microscópios eletrônicos, permitindo a visualização tridimensional das mais variadas estruturas orgânicas, e o fruto destas pesquisas foi o mais recente Prêmio Nobel de Química.

Para mais informações acesse: https://www.nature.com/news/cryo-electron-microscopy-wins-chemistry-nobel-1.22738

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *